Dia Mundial dos Animais é comemorado todos os anos em 4 de outubro. Uma das versões é que tudo começou em Florença, Itália, em 1931, numa convenção de ecologistas. Essa data foi originalmente escolhida porque é o dia da festa de São Francisco de Assis, padroeiro dos animais e da natureza. Igrejas de todo o mundo reservam o domingo mais próximo da data para abençoar os animais.
Só que hoje não vou falar dos domésticos, bonitinhos, limpinhos, que são tratados como filhos, mas sim, dos animais criados para que suas vidas sejam comandadas e decididas por outro animal, o bicho homem, que por estar a um passo à frente na escala da evolução, se acha no direito de promover sofrimento, escravidão e morte.
Todos se referem a eles como “produtos”. Pessoas que amam cães, gatos, e os tratam até como filhos, também enxergam bois, porcos, frangos, peixes, como "coisas".
A indústria da carne vai de vento em popa. Dizem, para acalmar as consciências, que há o tal do “abate humanitário", como se houvesse uma maneira "boazinha" de matar. Ora, matar é sempre matar!
E a indústria, focada nos lucros, vai sempre adotar medidas que sejam vantajosas para ela, nunca pensando no animal, que sofre desde o nascimento até a hora do abate.
São confinados e castrados sem anestesia para engorda rápida, pois anestesiá-los encareceria os custos. São marcados com ferro em brasas, recebem toneladas de antibióticos, hormônios e outras drogas. Não têm liberdade alguma e nunca saberão o que é o amor.
E não é só a dor e sofrimento que a indústria da carne provoca, também traz malefícios ambientais muito graves e irreversíveis. Todo mundo sabe que os gases produzidos pelo gado são responsáveis em grande parte pelo efeito estufa, que por conseguinte, causa derretimento das massas polares, causando inundações, tempestades, furacões, desertificação, secas, todo tipo de desastres e extinção das espécies.
E já vou respondendo a quem costuma contestar: “mas as plantinhas não sofrem também?”. A resposta é: não, já que vegetais não possuem sistema nervoso, por isso não sentem dor. Há muita diferença entre colher uma alface ou pegar uma fruta no pé, de esfolar um animal que grita de dor, sangra, se contorce e não quer morrer.
Os criadores de gado se gabam do Brasil ser o maior exportador de carnes do mundo! Abastecemos o mercado de carnes da Europa e de outros países. Mas tudo tem um preço. E pagamos bem caro para manter essa posição de sermos o imenso pasto do mundo. Nossas florestas vão sendo derrubadas para virar pastos.
Quanto mais aumenta a criação de gado, menos florestas. E a fauna silvestre vai sendo dizimada também. Isso sem contar o uso das fontes de água, pois para se produzir um quilo de carne bovina são necessários 15.400 litros de água. Fora as toneladas de dejetos, curtumes que poluem, a lista é imensa, mas ninguém vai divulgar porque não é do interesse mostrar o lado negativo. Não pretendo polemizar, apenas expor aqui meu ponto de vista.
E tem o lado espiritual, que ninguém vai querer tomar conhecimento também. Todo o sangue derramado desses inocentes, o sofrimento atroz nos abatedouros, criam uma aura terrível e nebulosa envolvendo o planeta, um carma coletivo que mais cedo ou mais tarde, a humanidade terá de quitar. Nada fica impune aos olhos do Criador, que criou os animais e os humanos igualmente.
Sei que minha opinião não vai fazer as pessoas mudarem. Com a evolução natural, haverá mais entendimento e por conseguinte, mais compaixão.
Ivana Maria França de Negri é escritora.