INTOXICAÇÃO

Bebidas da morte: é possível descobrir se um drink tem metanol?

Por Will Baldine | Jornal de Piracicaba |
| Tempo de leitura: 2 min
Reprodução
Especialistas apontam que não há métodos confiáveis para identificar a presença da substância antes da ingestão
Especialistas apontam que não há métodos confiáveis para identificar a presença da substância antes da ingestão

Três mortes confirmadas por intoxicação por metanol no estado de São Paulo levaram à emissão de alertas sobre o consumo de bebidas alcoólicas de procedência duvidosa. Especialistas apontam que não há métodos confiáveis para identificar a presença da substância antes da ingestão.

Saiba Mais:

Riscos do metanol e ausência de testes caseiros

De acordo com Mariana de Moura Pereira, pesquisadora do Laboratório de Toxicologia da Universidade de São Paulo (USP), o metanol não altera cor ou sabor das bebidas, o que torna impossível reconhecê-lo sem análise laboratorial. Além disso, não existem testes domésticos que confirmem sua presença com segurança. A identificação geralmente ocorre após o aparecimento dos sintomas clínicos.


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Origem e características do metanol

O metanol é utilizado em contextos industriais, como na produção de combustíveis, solventes e plásticos. É um líquido incolor, inflamável e com odor suave, com composição semelhante ao etanol — o álcool presente em bebidas alcoólicas.

Prevenção e cuidados no consumo

A recomendação principal é evitar bebidas de origem incerta. Consumidores devem buscar produtos legalizados, vendidos por estabelecimentos confiáveis. Também é importante observar a embalagem: tampas danificadas, rótulos desalinhados, erros ortográficos e ausência de informações como CNPJ ou lote podem indicar falsificação ou adulteração.

Preços muito abaixo do mercado também devem ser avaliados com cautela. Segundo especialistas, práticas como cheirar ou queimar a bebida não são eficazes nem seguras para identificar metanol.

Sintomas e efeitos da intoxicação

Os sinais da intoxicação podem surgir entre seis e 12 horas após o consumo. Os sintomas iniciais incluem dor abdominal, que pode evoluir para confusão mental, sonolência, alterações respiratórias e cefaleia. Em casos graves, pode haver hemorragia intracraniana.

O metanol, ao ser metabolizado no organismo, transforma-se em ácido fórmico, substância tóxica que afeta o equilíbrio químico do sangue e o funcionamento celular. A gravidade dos efeitos varia conforme o peso corporal e o metabolismo individual.

Qualquer quantidade ingerida pode provocar danos. A intoxicação se diferencia da ressaca comum por sintomas mais intensos e específicos, como dor abdominal aguda e alterações na visão.

Orientações em caso de suspeita

Caso haja suspeita de consumo de bebida adulterada, o recomendado é buscar atendimento médico imediato. Sintomas como visão embaçada, dor de cabeça intensa, náuseas e redução do nível de consciência devem ser observados com atenção.

Também é essencial notificar as autoridades. O Disque-Intoxicação da Anvisa (0800 722 6001) oferece orientação clínica. Além disso, é possível acionar a Vigilância Sanitária local, a Polícia Civil ou o Procon.

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