Uma moeda que você carrega no bolso pode esconder um valor muito maior do que imagina. No universo da numismática — mercado de colecionadores de moedas — algumas edições especiais de R$ 1 alcançam cifras impressionantes, que podem chegar a R$ 2.000 dependendo da raridade e do estado de conservação.
Especialistas explicam que a cotação varia conforme a quantidade de unidades em circulação, erros de cunhagem e características únicas de fabricação. Além disso, a conservação da peça influencia diretamente o preço, sendo classificadas em quatro níveis: bem conservada, muito bem conservada, soberba e flor de cunho.
VEJA MAIS:
- Moedas de R$1 das Olimpíadas de 2016 valem até 6 mil reais; veja
- Moeda rara de 12 anos é a mais procurada entre colecionadores
- Novas regras do Banco Central mudam forma de transferir dinheiro
A moeda mais valiosa dessa lista: 25 anos do Real

Lançada em 2019 para marcar os 25 anos da moeda brasileira, essa edição especial teve mais de 20 milhões de unidades emitidas. O detalhe do anverso mostra um beija-flor alimentando seus filhotes, inspirado na antiga cédula de R$ 1.
Apesar da grande quantidade, versões com deslocamento de 10% a 40% na borda podem alcançar até R$ 2.000 no mercado.
Raridades olímpicas e paralímpicas
Durante os Jogos Rio 2016, diversas moedas comemorativas foram produzidas. Algumas se destacam pelo alto valor de revenda, principalmente quando apresentam falhas de fabricação:
- Golfe (2014): 20 milhões de unidades. Versões com núcleo deslocado podem atingir R$ 500.

- Boxe (2016): também com 20 milhões em circulação, as peças com defeito semelhante podem chegar a R$ 500.

- Vôlei (2016): moedas com reverso invertido alcançam até R$ 450.

- Natação paralímpica (2016): edições defeituosas podem valer R$ 450.

- Mascote Tom (2016): versão comemorativa dos Jogos Paralímpicos pode ser negociada por até R$ 450.

Homenagens históricas
Algumas edições foram criadas em tributo a momentos e personalidades marcantes do país:
- Centenário de Juscelino Kubitschek (2002): 50 milhões de unidades. Valor de mercado chega a R$ 650.

- 40 anos do Banco Central (2005): 40 milhões de moedas lançadas. Custa cerca de R$ 350.

- 50 anos do Banco Central (2015): apenas 50 peças emitidas. Em casos de reverso invertido, podem valer R$ 800.

Direitos Humanos e outras raridades
- 50 anos da Declaração dos Direitos Humanos (1998): 600 mil peças. Valores variam entre R$ 300 e R$ 700, podendo chegar a R$ 850 se houver duplicação do anverso.

- Entrega da Bandeira Olímpica (2012): 2 milhões de exemplares. Cotação entre R$ 130 e R$ 260.

- Moedas em cuproníquel e alpaca (antes de 2001): apesar de não serem comemorativas, essas unidades, que deixaram de ser produzidas por causa do custo dos materiais, podem ser negociadas por até R$ 850.

Por que essas moedas valem tanto?
Segundo colecionadores, além da raridade e dos erros de cunhagem, o fator emocional e histórico também influencia no preço. “Moedas contam histórias e carregam símbolos da identidade nacional. Ter uma dessas em mãos é como guardar um pedaço da memória do Brasil”, comenta um especialista em numismática.