A OSS (Organização Social de Saúde) Mahatma Gandhi não efetuou o pagamento dos funcionários da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Vila Sônia e de parte dos funcionários da UPA Vila Cristina. Os valores deveriam ter sido depositados na sexta-feira (05). A OSS tem contrato com a Prefeitura para a gestão dessas duas unidades.
No começo de agosto, a Organização foi alvo de uma investigação de grande escala que apura o desvio de mais de R$ 1,6 bilhão em recursos públicos da saúde. As ações são conduzidas pelo Ministério Público do Estado de São Paulo, por meio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), e pela Polícia Federal, em uma operação de caráter interestadual. Na operação, foram apreendidos computadores e documentos utilizados pela OSS.
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Segundo o Ministério Público, a OSS mantinha uma espécie de “departamento paralelo” de contabilidade, usado para operacionalizar o pagamento de propinas e benefícios ilegais com o objetivo de ampliar o lobby e conquistar novos contratos de gestão na área da saúde. Essa atuação fraudulenta teria impactado diretamente a qualidade dos serviços prestados à população, com relatos de mortes em unidades sob sua responsabilidade e centenas de ações trabalhistas movidas por ex-funcionários.
BLOQUEIOS
Questionada sobre o atraso, a Prefeitura informou que cumpre integralmente com suas obrigações e realizou todos os pagamentos à Organização Social, contratada em 2023 para administrar as UPAs. “A interventora nomeada pela Justiça opera as contas da Mahatma, que tem sofrido bloqueios diariamente e com isso impedido/atrasado alguns repasses. A Prefeitura não pode fazer o pagamento em outra conta e ou, de forma direta, aos funcionários, já que o contrato foi assinado com a empresa”, explicou.
De acordo com o Executivo, a Mahatma Gandhi opera com gestão plena, “ou seja, a Prefeitura também não pode colocar servidores para cobrir o absenteísmo (falta) de funcionários”, diz a nota. Afirma ainda que não há qualquer risco de os funcionários ficarem sem receber, porém, é necessário aguardar a solução dos problemas ocasionados pelos bloqueios bancários, que têm ocorrido diariamente.
“A Administração, por meio da Secretaria de Saúde, segue buscando soluções junto à interventora para que os pagamentos aos funcionários sejam realizados e informa que conta com um plano de contingência para garantir a atendimento da população nas UPAs Vila Cristina e Vila Sônia, geridas pela Organização Social.”