ARTIGO

Músculos que Sustentam a Vida no seu Envelhecimento

Por Rogério Cardoso |
| Tempo de leitura: 2 min

Sabe… ultimamente tenho visto tantas mulheres próximas correndo atrás do emagrecimento a qualquer custo. Ozempic, Monjaro… nomes que soam como atalhos.

Mas, às vezes, esses atalhos cobram um preço silencioso. Porque junto com a perda de gordura, pode vir algo que não volta tão fácil: a perda de massa muscular. E ela é mais do que estética… é um dos fios que seguram a nossa longevidade.

Existe um silêncio na saúde que só percebemos quando o corpo começa a perder algo que parecia eterno: a força. Por anos, trataram o músculo como um acessório, como se fosse só uma consequência do treino. Mas a ciência… a ciência agora sussurra outra verdade.

Um estudo recente, “Low skeletal muscle mass index and all-cause mortality risk in adults” que saiu no periodico Plos One, acompanhou 81.358 pessoas por mais de 14 anos. E descobriu que quem tinha baixa massa muscular carregava um risco 57% maior de morrer. Não é coincidência. Não é acaso. É causalidade pura. O corpo lembra… e a falta de músculo cobra, cedo ou tarde.

E há algo ainda mais duro: quando o excesso de gordura se junta à baixa massa muscular, a chamada obesidade sarcopênica, o risco dispara para 2,6 vezes mais. Não é só peso extra. É menos vida em cada célula. É menos reserva para enfrentar as curvas do tempo.

Mas aqui está a parte bonita. Cada repetição que você faz. Cada treino em que vence a preguiça. Cada grama de músculo que você mantém. Tudo isso é investimento de alto rendimento no seu futuro. Outro estudo, “Association of muscle wasting with mortality risk among general population”, publicado no Journal of Cachexia, Sarcopenia and Muscle, confirma: fortalecer-se é uma das mais poderosas formas de prolongar a vida. Como se cada série fosse um bilhete que você envia para si mesma no futuro… dizendo “eu quero estar aqui”.

O ferro que você levanta não é só peso. É defesa contra quedas. É proteção contra doenças crônicas. É um escudo contra a fragilidade que rouba a autonomia antes do tempo. É uma conversa silenciosa com o seu corpo, lembrando-o de que ele ainda é capaz… de sustentar, reagir, proteger.

E talvez seja isso o mais íntimo que a ciência nos revela: treinar força é escrever uma carta. Uma carta longa, bonita, cheia de movimento. Onde você se descreve viva, presente, dona dos próprios passos. E a cada dia que você escolhe se mover… essa carta ganha mais páginas.

Então… não olhe só para o número da balança. Olhe para a dança entre a massa magra e a gordura. É aí, nesse equilíbrio, que talvez esteja escondida a chave da sua longevidade. Até a próxima!

Rogério Cardoso é personal trainer e preparador físico, membro da Sociedade Brasileira de Personal Trainer SBPT e da World Top Trainers WTTC.

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