A investigação que apura desvios milionários em contratos firmados pelo poder público com a organização social (OS) Mahatma Gandhi, responsável pelo gerenciamento de quatro Unidades Básicas de Saúde e duas residências terapêuticas em Bauru motivou a vereadora Estela Almagro (PT) a convocar uma audiência pública com o objetivo de iniciar uma 'radiografia' dos serviços públicos terceirizados no município. A data do encontro ainda não foi definida.
Atualmente, há 35 OSs certificadas para participar de licitações na cidade, incluindo a Mahatma Gandhi, cujo presidente foi preso no último dia 7. Durante a sessão legislativa da última segunda-feira (11), a parlamentar também revelou ter sido alertada sobre visitas atípicas que estão ocorrendo em UPAs e UBSs da cidade. "Quero saber se não é o princípio do dimensionamento para precificar um processo de entrega dos nossos espaços de saúde pública municipal", afirmou.
Na tribuna, o vereador Arnaldo Ribeiro (Avante) relembrou o Caso Claudia, envolvendo a Apae Bauru, que completou um ano no último dia 6, e destacou que, no próximo dia 19, haverá reunião para discutir o projeto de lei de sua autoria, que visa dar maior transparência sobre a prestação de contas destas entidades de promoção social.
Ainda na área da saúde, André Maldonado (PP) informou ter entregado ao governador Tarcísio de Freitas, em sua passagem por Agudos no último sábado (9), um ofício solicitando o aumento do número de leitos nos hospitais estaduais localizados na cidade. Para justificar a necessidade, apresentou números comparativos.
DIFERENÇA
Segundo o parlamentar, a região de Ribeirão Preto, composta por cerca de 1,5 milhão de habitantes, conta com 1.715 leitos de enfermaria e 328 de UTI. Já a de São José do Rio Preto, onde vivem aproximadamente 1,7 milhão de moradores, dispõe de 1.048 leitos de enfermaria e 218 de UTI. Os números são significativamente superiores aos da região de Bauru, que abriga 1,7 milhão de pessoas, mas mantém apenas 706 leitos de enfermaria e 115 leitos de UTI, aponta o vereador.
"Lógico que haverá pessoas morrendo na fila por leito de UTI, UPAs lotadas de pessoas esperando vaga, ações judiciais contra a DRS. Não é culpa do governador, mas de uma série de governos não fizeram os investimentos conforme o crescimento da nossa região. Meu pedido é para que ele leve esta demanda para o secretário de Saúde, Eleuses Paiva", diz.
Quem também fez pedido ao governo do Estado foi Cabo Helinho (PL), na ocasião da visita do secretário de Segurança Pública Guilherme Derrite para a inauguração da Cabine Lilás no Centro de Operações da Polícia Militar (Copom) em Bauru, no dia 8. Helinho entregou ofício no qual solicita a instalação de uma Sala Lilás para atendimento especializado de mulheres vítimas de violência no novo prédio do Núcleo de Perícias Criminalísticas e Médico-Legais de Bauru, que será inaugurado em breve.
Vazamento e incêndio
Outro assunto em evidência na cidade, a demora para o reparo do asfalto que afundou na rua Rodrigo Romeiro foi criticada pelo vereador José Roberto Segalla (União Brasil). "Foram 17 dias de conserto, período em que os moradores do entorno tiveram suas vidas transtornadas. Assim que asfalto foi refeito, não só o buraco voltou, mas está vazando água novamente. Este fato denota as dificuldades que estamos tendo para superar problemas que ocorrem na nossa cidade", observa. Sandro Bussola (MDB) e Estela também se manifestaram sobre o incêndio que destruiu diversas casas na comunidade Vila Cristiana, na zona Norte de Bauru, em 30 de julho. O vereador atribuiu à gestão do ex-prefeito Clodoaldo Gazzetta a responsabilidade por permitir a ocupação daquela região da cidade sem a oferta de infraestrutura urbana.
"A Secretaria da Habitação deve dar moradia digna àquelas famílias por meio de demanda dirigida, seja pelo programa Minha Casa, Minha Vida ou pelo Casa Paulista", afirmou. Estela argumentou, por sua vez, que a comunidade se instalou no local em 2019 e a regularização fundiária da área não foi efetivada do início da atual gestão, em 2020, até agora, mesmo com a criação de um departamento de habitação. "Agora, foi criada uma Secretaria de Habitação sem orçamento, sem estrutura física e sem apontamentos para a priorização de políticas", contesta.