PRIMEIROS IMPACTOS

Esalq aponta queda nas exportações de ovos após tarifaço de Trump

Por Bruno Mendes/JP |
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Foto: Freepik
Taxação de 50% em exportações para os EUA começou em agosto
Taxação de 50% em exportações para os EUA começou em agosto

Após um período de crescimento, as exportações brasileiras de ovos registraram a primeira queda de 2025. Segundo análise do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da USP de Piracicaba (SP), com base em dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o volume de ovos exportados em julho recuou 20% em comparação com junho. A principal razão para a queda é a redução de 31% nas vendas para os Estados Unidos.

Apesar da baixa mensal, o volume exportado em julho ainda supera em 305% o montante do mesmo período em 2024. A análise do Cepea ressalta que, mesmo com a queda recente, o Brasil continua sendo o principal destino da proteína brasileira no mercado internacional.

Preços em alta no mercado doméstico

Em contraste com a queda nas exportações, o mercado interno de ovos iniciou agosto com um aumento significativo nas cotações em diversas regiões. O movimento de alta é atribuído ao fim das férias escolares, que impulsionou a demanda, e ao período de início do mês, quando o consumo tende a crescer.

Entenda a variação de preços em junho

O cenário atual de alta reverte a tendência observada no final do primeiro semestre, quando os preços dos ovos caíram, atingindo o menor patamar diário do ano. Em junho, a cotação da caixa de ovos vermelhos em Santa Maria de Jetibá (ES) caiu mais de 10%, e os preços também recuaram em outras importantes regiões produtoras, como Bastos (SP) e Grande São Paulo (SP).

A queda foi causada por uma combinação de fatores:

Gripe aviária: Restrições comerciais impostas por países como China, Europa e Argentina, após o registro da doença no Brasil, afetaram o mercado. A retomada total das exportações ainda não aconteceu.

Aumento da oferta e demanda retraída: O ritmo mais lento das vendas em maio fez com que os estoques nas granjas aumentassem, levando à desvalorização do produto.

Custos de produção: O aumento dos custos de insumos em 2024, como milho e farelo de soja, pressionou a rentabilidade dos produtores. A alta de preços de agosto reflete um ajuste de mercado para repassar esses custos, aproveitando a menor oferta atual.

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