O apresentador Fausto Silva, o Faustão, 75 anos, permanece internado em estado crítico na UTI do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, desde 21 de maio, após uma grave infecção bacteriana evoluir para sepse. De acordo com o cardiologista Elisiário Júnior — que comentou o caso no podcast ielcast, mas não faz parte da equipe médica responsável —, o comunicador respira com ajuda de ventilação mecânica, está entubado e recebe medicamentos potentes para manter a pressão arterial e combater bactérias resistentes.
Infecção resistente e dependência de aparelhos
Segundo Elisiário, o quadro é extremamente preocupante devido à complexidade do tratamento e ao tempo prolongado de internação. “As chances dele são mínimas”, declarou. O médico apontou que Faustão não consegue respirar sem suporte artificial e precisa de antibióticos de amplo espectro para tentar conter a infecção, algo desafiador em pacientes imunodeprimidos.
Transplantes sucessivos e histórico cirúrgico intenso
Nos últimos dois anos, Faustão passou por quatro transplantes: um coração (agosto de 2023), um rim (fevereiro de 2024), um fígado (6 de agosto de 2024) e um retransplante renal no dia seguinte, 7 de agosto. Este último já estava programado havia cerca de um ano. Os dois órgãos transplantados em agosto — fígado e rim — vieram do mesmo doador, um familiar, o que dispensou a necessidade de entrar na fila nacional.
O especialista ressalta que realizar dois procedimentos invasivos com apenas 24 horas de intervalo aumenta ainda mais os riscos, principalmente para quem já acumula histórico de cirurgias de alta complexidade. O rim transplantado em fevereiro apresentou episódios de rejeição, exigindo hemodiálise e tornando o quadro mais delicado.
Gravidade no nível máximo
Para o cardiologista, a soma das infecções e dos múltiplos transplantes configura um cenário de falência múltipla de órgãos. Ele classificou a gravidade como “9,5” em uma escala de 0 a 10. “A possibilidade de morte nas próximas semanas, ou até dias, é grande. É um paciente em sepse, mesmo que parcialmente controlada por antibióticos, mas com imunidade comprometida”, afirmou.
Boletim médico oficial
O boletim mais recente, assinado pelo cardiologista Fernando Bacal — que acompanha Faustão no Albert Einstein —, informa que o tratamento continua focado no controle da infecção e na reabilitação clínica e nutricional. Até o momento, não há previsão de alta.