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Dor no ombro pode ser sinal de diabetes; entenda

Por Will Baldine | Jornal de Piracicaba |
| Tempo de leitura: 2 min
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Além das alterações no metabolismo da glicose, a doença também pode afetar articulações e tecidos do corpo
Além das alterações no metabolismo da glicose, a doença também pode afetar articulações e tecidos do corpo

Pessoas com dor persistente no ombro, mesmo sem esforço físico recente, podem estar enfrentando um problema de saúde associado ao diabetes. Além das alterações no metabolismo da glicose, a doença também pode afetar articulações e tecidos do corpo.

Uma das condições mais associadas ao diabetes é a capsulite adesiva, conhecida como “ombro congelado”. Essa condição provoca dor, rigidez e redução na mobilidade da articulação. Estudos apontam que pessoas com diabetes apresentam até cinco vezes mais chance de desenvolver esse quadro do que a população em geral.

A relação entre a capsulite adesiva e o diabetes está ligada ao controle da glicose no sangue. Quando os níveis permanecem elevados por períodos prolongados, ocorrem alterações nos tecidos conjuntivos. Isso pode resultar em inflamações e no enrijecimento da cápsula que envolve a articulação do ombro.

A capsulite adesiva é uma inflamação da cápsula articular do ombro, estrutura responsável por manter a articulação estável e lubrificada. Quando ocorre contração e endurecimento dessa cápsula, o movimento do ombro é limitado, o que pode comprometer atividades rotineiras.

O desenvolvimento da capsulite adesiva costuma ocorrer em três fases:

  • Fase inflamatória: dor constante, especialmente durante a noite;
  • Fase de congelamento: rigidez crescente e limitação dos movimentos;
  • Fase de descongelamento: alívio gradual da dor e melhora da mobilidade, embora a recuperação possa demorar vários meses.

Em pessoas com diabetes, o excesso de glicose pode se acumular nas fibras de colágeno, prejudicando a elasticidade dos tecidos. Fatores como neuropatia e alterações circulatórias também contribuem para o desenvolvimento da condição.

Os sintomas que devem ser observados incluem:

  • Dor no ombro que persiste por dias ou semanas;
  • Dificuldade para levantar o braço ou realizar movimentos rotineiros;
  • Sensação de rigidez que não melhora com o repouso;
  • Redução gradual da amplitude de movimento.

Esses sinais podem ser confundidos com outras doenças articulares, como tendinite ou bursite, por isso é necessário buscar avaliação médica.

O diagnóstico é feito com base no exame clínico e pode ser complementado por exames de imagem, como ultrassonografia ou ressonância magnética. O tratamento envolve fisioterapia e uso de medicamentos anti-inflamatórios. Em casos específicos, podem ser aplicadas injeções de corticosteroides ou, em último caso, indicadas intervenções cirúrgicas.

A fisioterapia é uma etapa importante para restaurar a função do ombro, por meio de exercícios que promovem o alongamento e fortalecimento muscular.

O controle da glicemia é fundamental para prevenir esse tipo de complicação em pessoas com diabetes. Manter os níveis de açúcar sob controle, praticar atividade física e realizar acompanhamento médico regular são medidas que contribuem para a saúde articular e geral.

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