Mães e pais de alunos de escola municipal de Tremembé farão uma manifestação na tarde desta quinta-feira (7), na porta da unidade, para pedir esclarecimentos sobre o suposto caso de estupro que envolve uma menina de 6 anos.
Clique aqui para fazer parte da comunidade de OVALE no WhatsApp e receber notícias em primeira mão. E clique aqui para participar também do canal de OVALE no WhatsApp
A SSP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo) informou que a Polícia Civil investiga o possível caso de estupro da criança em escola de Tremembé, no bairro Jardim Alberto Ronconi, que teria ocorrido na terça-feira (5).
A menina foi encaminhada ao Hospital Universitário de Taubaté, onde passou por exames, informou a SSP. O caso foi registrado no Plantão da Delegacia de Polícia de Taubaté como provável estupro de vulnerável. A investigação está em andamento e segue sob sigilo.
A mãe da criança disse que a manifestação cobra principalmente as imagens de câmeras de segurança da escola, que já foram fornecidas para a Polícia Civil, segundo a Prefeitura de Tremembé. A mãe disse também que espera ser acolhida pela direção da escola para conversar sobre o ocorrido.
“A prefeitura não quer ceder as imagens. Eles dizem que ninguém entrou na escola. Mas alguém levou a menina para o banheiro. Quero descobrir quem foi. Não pode acontecer, pode ocorrer com outra criança”, afirmou a mãe a OVALE.
“Ninguém da escola me chamou para conversar. Pedimos as câmeras para a direção. Acredito que eles não estão dando o apoio necessário. Apoiam a instituição escolar, mas não estão me apoiando. Estão tentando manter a imagem escola”, disse ela.
O caso.
A polícia foi acionada após a mãe levar a criança ao pronto-socorro de Tremembé. A mãe relatou que a menina chegou da escola e andava “com as perninhas abertas”.
“Perguntei a ela o que tinha acontecido, e ela disse que ‘a parte que usa para fazer xixi está doendo’. Ela chorou de dor. Tirei a roupa dela e vi sangue na calcinha. Tinha marca roxa”, afirmou a mãe. “Confesso que está sendo o pior pesadelo da minha vida. Nunca imaginei passar por isso”.
O boletim de ocorrência foi registrado como estupro de vulnerável. A criança passou por exames clínicos e no IML (Instituto Médico Legal). O documento policial consta que, nos exames realizados, não houve perfuração de hímen e nem ferimentos. Ainda segundo a polícia, todas as provas estão sendo analisadas e o caso segue em andamento.
Segundo consta no registro policial, a criança teria apontado uma pessoa como responsável pelo ato. Um homem chegou a ser levado para a delegacia e ouvido pela polícia. Ele também teria colhido material genético para exames. Mais detalhes foram preservados devido à natureza da ocorrência e por envolver menor de idade.
Outro lado.
Marcus Ortiz Querido, secretário de Mobilidade Urbana e Cooperação em Segurança de Tremembé, disse a OVALE que a mãe será acolhida na escola nesta quinta-feira caso queira conversar com a direção.
“Vamos estar na escola para recebê-los e vamos conversar com a mãe. Vamos atender e conversar porque o diálogo tem que vir em primeiro lugar”, afirmou. “Já acionamos a ação social que vai fazer a visita na casa da mãe, com o Conselho Tutelar, para verificar o que pode ser feito para ajudar a família, que vive um drama”.
Segundo ele, a prefeitura tem todo interesse em esclarecer o ocorrido, já tendo fornecido as imagens de câmeras de segurança da escola para a Polícia Civil. O secretário disse que em levantamento preliminar das imagens nenhuma pessoa estranha ao ambiente escolar foi vista entrando na escola.
“Nas imagens que vimos e passamos para polícia, não entra ninguém que não seja pessoa da própria escola. Temos um vigilante na porta da escola e só permite acesso para a secretaria, após autorização, e fazem o registro de quem esteve lá e o que fez.”
Querido afirmou que a escola e a prefeitura também podem assistir as imagens das câmeras junto com a mãe.
“Tanto para ela quanto para nós é uma situação extremamente grave. O que estamos fazendo é que se aconteceu alguma coisa, deve ter ocorrido fora do ambiente escolar. Dentro não teve situação que colocasse a criança em risco”, disse o secretário.