Israel intensificou nesta quarta-feira (16) sua ofensiva militar na Síria, atingindo diretamente o portão de entrada do quartel-general das Forças Armadas sírias em Damasco. A ação marca o terceiro dia consecutivo de bombardeios no território sírio e eleva a tensão em meio aos confrontos entre combatentes drusos e forças do governo, no sul do país.
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Segundo fontes israelenses, os ataques têm como objetivo declarado proteger a minoria drusa, alvo de operações militares conduzidas pelo regime de Bashar al-Assad na província de Sweida, região majoritariamente drusa.
Bombardeio atinge Ministério da Defesa
O Ministério da Defesa da Síria foi diretamente atingido por ao menos dois drones, segundo fontes ligadas à pasta. As autoridades locais se abrigaram em porões do prédio durante a ofensiva. A emissora estatal Elekhbariya informou que dois civis ficaram feridos. Do lado israelense, os militares afirmaram que “atingiram o portão de entrada do complexo militar do regime sírio” e que estão monitorando continuamente as ações do governo contra os civis drusos.
No mesmo dia, a cidade de Sweida voltou a ser palco de intensos combates, anulando uma trégua anunciada na noite anterior. Relatos apontam que a cidade e os vilarejos próximos foram alvos de artilharia pesada e disparos de morteiros durante toda a quarta-feira.
O conflito, inicialmente entre milícias drusas e grupos armados beduínos, escalou com a entrada das forças do governo sírio na região na segunda-feira. Em vez de conter os confrontos, a presença militar estatal inflamou a crise, gerando choques diretos com as forças drusas.
População sob medo e apagões
O Ministério da Defesa da Síria responsabilizou “grupos fora da lei” pela quebra do cessar-fogo e pediu à população que permanecesse em casa. Moradores contatados pela agência Reuters relataram estar escondidos, temendo novos ataques. Em muitos bairros, o fornecimento de eletricidade foi interrompido.
A ofensiva israelense na Síria ocorre em um momento de fragilidade regional e reacende alertas sobre uma possível ampliação do conflito para outros territórios. O papel da minoria drusa — tradicionalmente marginalizada — vem ganhando centralidade no embate entre Tel Aviv e Damasco, o que pode desencadear novas disputas internas e externas nos próximos dias.