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Pix automático entra em vigor; saiba como usar e evitar golpes

Por Bruno Mendes/JP |
| Tempo de leitura: 5 min
Foto: Bruno Peres/Agência Brasil
O Pix Automático entra em vigor nesta segunda-feira (16), com a promessa de substituir o débito
O Pix Automático entra em vigor nesta segunda-feira (16), com a promessa de substituir o débito

O Pix Automático, uma extensão da popular ferramenta de pagamentos instantâneos, entra em vigor nesta segunda-feira (16), com a promessa de substituir o débito automático e os boletos, simplificando a vida de milhões de brasileiros e empresas.

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A ferramenta permite que usuários autorizem pagamentos periódicos a empresas e prestadores de serviços, incluindo microempreendedores individuais (MEI), com apenas uma autorização inicial. A partir daí, os valores serão debitados automaticamente da conta do pagador, oferecendo praticidade e agilidade. Desde o final de maio, clientes do Banco do Brasil já contam com o Pix Automático. Contudo, a maior parte das instituições financeiras começa a oferecer o serviço a partir de hoje.

O Banco Central (BC) destaca que a novidade beneficiará até 60 milhões de brasileiros sem acesso a cartão de crédito, democratizando o acesso a serviços com cobrança recorrente.

Para as empresas, a adesão à cobrança automática será simplificada. Diferente do débito automático tradicional, que exigia convênios individuais com cada banco e era acessível principalmente a grandes companhias, o Pix Automático permitirá que empresas e MEIs solicitem a adesão diretamente ao seu banco, facilitando a gestão de pagamentos.

Como o Pix Automático funciona

•    A empresa envia um pedido de autorização do Pix Automático ao cliente.
•    No aplicativo do banco ou instituição financeira, o cliente acessa a opção "Pix Automático".
•    Lê e aceita os termos da operação.
•    Define a periodicidade da cobrança, o valor (que pode ser fixo ou variável) e um limite máximo por transação.
•    A partir da data acordada, o sistema realiza os débitos automaticamente, 24 horas por dia, sete dias por semana, incluindo feriados.
•    O usuário tem total controle, podendo cancelar a autorização e ajustar valores ou a periodicidade a qualquer momento.

Tipos de transações e vantagens

O Pix Automático é exclusivo para transações de pessoas físicas pagadoras para empresas ou prestadores de serviços cobradores. Pagamentos periódicos entre pessoas físicas, como mesadas ou salários de trabalhadores domésticos, continuam sendo realizados através do Pix Agendado Recorrente, modalidade que se tornou obrigatória em outubro de 2024.

Diversas contas podem ser pagas com o Pix Automático, como:
•    Contas de consumo (luz, água, telefone)
•    Mensalidades escolares e de academias
•    Assinaturas digitais (streaming, música, jornais)
•    Clubes de assinatura e serviços recorrentes
•    Outros serviços com cobrança periódica

Enquanto muitas micro e pequenas empresas utilizavam o Pix Agendado Recorrente, que exigia a digitação manual de chaves e valores, o Pix Automático simplifica a operação. Agora, o usuário recebe uma proposta de adesão, basta confirmar e pode ajustar os detalhes, minimizando erros e divergências.

Novas preocupações com a segurança

Apesar da praticidade, a nova modalidade levanta preocupações com a segurança, principalmente em relação a propostas de cobrança fraudulentas. Em contato com o Jornal de Piracicaba, Fernando Frizzarin, especialista em segurança cibernética e gerente de suporte, trouxe alguns alertas sobre o Pix Automático: "O principal risco é a possibilidade de empresas falsas ou mal intencionadas direcionarem pagamentos para contas de terceiros ou golpistas assim como acontece no golpe do boleto falso. Um golpista pode fazer com que você faça a adesão ao PIX automático gerando uma cobrança recorrente que, sem o devido controle e atenção, poderá passar muito tempo sem ser percebido."

Geralmente os contatos fraudulentos ocorrem por SMS ou Whatsapp, quando alguém se passa por funcionário do banco ou de alguma empresa com a qual você possui contrato de serviços. O mais comum é o alerta de transação suspeita onde, o golpista se passando por funcionário do banco, lhe pede dados para cancelar uma suposta compra ou transação, mas na verdade está justamente consumando uma compra ou transação para tirar dinheiro da sua conta.

Fernando dá dicas sobre como evitar cair nesse tipo de golpe: "É de extrema necessidade manter-se calma. Esse tipo de golpe sempre joga com o psicológico e a ansiedade. Há sempre o alerta de que precisa ser feito na hora, naquele momento, para não ter mais prejuízo. Desconfie, desligue e ligue você para o canal de contato do seu banco, ou com qualquer outra empresa, para confirmar se realmente a situação existe.", disse.

"Não forneça quaisquer dados. Às vezes o golpista liga e fala que tem uma transação suspeita em um cartão de um banco que você não tem conta, não diga isso jamais. Se der essa informação está ajudando ao criminoso a aprimorar ainda mais uma futura abordagem. Simplesmente desligue e bloqueie o telefone.", completou o especialista em segurança cibernética.

Ações do Banco Central

Para minimizar o risco de golpes, o Banco Central estabeleceu uma série de normas rigorosas para as empresas que aderirem ao serviço.

Bancos e instituições de pagamento deverão realizar uma verificação minuciosa das empresas, baseada em três pilares: dados cadastrais, compatibilidade entre a atividade econômica e o serviço oferecido no Pix Automático, e o histórico de relacionamento com o participante.

Para coibir fraudes por empresas recém-criadas, apenas aquelas em atividade há mais de seis meses poderão oferecer a nova modalidade do Pix. As regras de segurança que os bancos deverão checar incluem:

•    Data de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ); situação cadastral dos sócios e administradores no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF), e outras informações da empresa.
•    Compatibilidade entre a atividade econômica e o serviço oferecido para o Pix Automático.
•    Quantidade de funcionários, valor do capital social e faturamento.
•    Tempo de abertura da conta e uso de outros meios de cobrança.
•    Frequência das transações com o participante.

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