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Orquestra Educacional une gerações pela música em Piracicaba

Por Claudio César |
| Tempo de leitura: 3 min
Claudinho Coradini/JP
O flautista Antonio Fernando de Oliveira, de 76 anos, e o violinista Pedro Carboni,14, são integrantes da OEP.
O flautista Antonio Fernando de Oliveira, de 76 anos, e o violinista Pedro Carboni,14, são integrantes da OEP.

 No coração de Piracicaba, onde as tradições culturais seguem pulsando com força, um grupo musical vem encantando plateias e desafiando o tempo. A Orquestra Educacional de Piracicaba (OEP), que completa 10 anos neste ano de 2025 e abriu sua temporada no último dia 4 de maio com casa cheia no Teatro Municipal Dr. Losso Netto, vai além da excelência artística. Ela é o retrato vivo de como a música pode unir gerações — e transformar vidas, apenas pelo amor de tocar.

Composta por cerca de 80 integrantes, a OEP abriga talentos de todas as idades. Em seus ensaios e apresentações, é possível ver lado a lado crianças, adolescentes, adultos e idosos dividindo partituras, olhares e emoção. São artistas que tocam não por obrigação ou profissão, mas por puro amor à música — e por tudo o que ela representa em suas jornadas pessoais.

"Somos uma família", resume Antonio Fernando Caputti de Oliveira, de 76 anos, um integrantes da OEP que se emociona ao falar da experiência. “Tocar sem remuneração, apenas por paixão, é algo que vem da alma. Aqui há poesia, companheirismo, amizade. Isso muda a nossa vida.”

Antonio começou na música ainda pequeno, tocando acordeon na cidade em que morava. Aos 40 anos ele teve aula de flauta transversal na Escola de Música com o professor Rafael Gobeth, e toca até hoje.

O jovem violinista Pedro Teixeira Carboni, de apenas 14 anos, segura firme seu instrumento e concorda com o veterano. “Levo muito a sério cada ensaio. A orquestra me ensinou disciplina e responsabilidade. Me ajuda não só na música, mas na escola e em casa também.

"Minha paixão pela música começou quando um colega de trabalho do meu pai me deu um violino. Tocar na orquestra é uma alegria e um grande aprendizado, com variações de diversos níveis", concluiu Pedro.

O jovem também revelou que pretende tocar cada vez melhor, e ter a música como uma segunda fonte de renda.

Essa é, talvez, a maior mágica da OEP: a troca entre gerações, o aprendizado mútuo que vai muito além das partituras. Fundada há 10 anos, a orquestra tem como missão formar culturalmente seus integrantes e criar um espaço aberto a todos que queiram viver a música — independentemente da idade ou da experiência técnica.

Sob a regência sensível do maestro Ivan Bueno, o grupo mostrou sua força em sua primeira apresentação do ano de 2025, ao emocionar o público que lotou o Teatro Losso Netto, e que acompanhou com palmas, lágrimas e sorrisos cada nota executada. O repertório incluiu desde trilhas sonoras de filmes e games até clássicos como Villa-Lobos, Tchaikovsky e Elgar, conquistando até os mais exigentes.

Durante as apresentações, o público geralmente é convidado a participar de forma interativa — batendo palmas, acompanhando melodias conhecidas, deixando-se levar pelo espírito de união.

Mais que um projeto artístico, a OEP tornou-se um organismo vivo de convivência, onde laços se formam e histórias se cruzam. Em tempos de pressa e desconexão, a OEP prova que há beleza e sabedoria em cada geração — e que, quando juntas, elas fazem soar a mais harmoniosa das sinfonias.

Em Piracicaba, a música tem muitas vozes. E todas elas, não importa a idade, encontram na Orquestra Educacional um lugar para se fazer ouvir.

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