Em 2025, os brasileiros trabalharam 149 dias, do início do ano até esta quinta-feira (29), exclusivamente para arcar com a carga tributária. Os dados são do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) e incluem tributos federais, estaduais e municipais.
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O número representa um acréscimo de um dia em relação ao ano anterior. O IBPT aponta como principais motivos o retorno da cobrança da folha de pagamento para 17 setores da economia, o aumento das alíquotas do ICMS em diversos estados a partir de 1º de abril e a nova tributação sobre importações de pequeno valor.
De acordo com o instituto, a maior quantidade de dias já registrada para essa finalidade ocorreu entre 2017 e 2019, quando foram necessários 153 dias de trabalho para cobrir os tributos.
Apesar da arrecadação, o Brasil permanece na última posição do Índice de Retorno de Bem-Estar à Sociedade (IRBES), indicador elaborado pelo próprio IBPT. O levantamento compara o volume arrecadado com os investimentos em áreas como saúde, educação, segurança pública e infraestrutura.
Do total apurado, os tributos sobre o consumo correspondem a 83 dias de trabalho, o que representa 22,73% da renda. Os impostos sobre a renda somam 55 dias (15,06%) e os tributos sobre o patrimônio, 11 dias.
O estudo também mostra que, em 1970, eram necessários 76 dias de trabalho para quitar os tributos. Esse número subiu para 102 dias nos anos 1990, 138 nos anos 2000 e 141 na década de 2010.
A reforma tributária, atualmente em discussão no Congresso Nacional, é vista pelo IBPT como uma possível solução. O presidente executivo da entidade defende um modelo com regras claras, com foco em maior eficiência na aplicação dos recursos arrecadados.