ALERTA ESPACIAL

Asteroides com órbitas instáveis ameaçam a Terra

Por Bia Xavier/JP |
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Imagem: Freepik
Asteroides podem entrar em colisão com a Terra
Asteroides podem entrar em colisão com a Terra

Uma nova pesquisa liderada pelo professor Valerio Carruba, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), alerta para o risco potencial de asteroides que orbitam próximos a Vênus. Esses corpos celestes, difíceis de observar por estarem “escondidos” no brilho solar, podem cruzar a órbita da Terra no futuro devido à instabilidade de suas trajetórias.

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Entre os asteroides analisados, três se destacam — 2020 SB, 524522 e 2020 CL1. Embora orbitem o Sol em regiões próximas a Vênus, eles não estão presos de forma estável à gravidade do planeta. Isso os torna vulneráveis a mudanças orbitais que, com o tempo, podem colocá-los em rota de aproximação com a Terra. Segundo os cientistas, a proximidade desses objetos com o Sol dificulta sua detecção por telescópios tradicionais, o que levanta preocupações sobre o monitoramento adequado desses possíveis riscos.

O artigo, submetido à revisão científica em maio, utilizou simulações que analisaram o comportamento orbital de 26 asteroides ao longo de 36 mil anos. Os resultados indicam que alguns desses objetos, especialmente os de órbitas mais inclinadas, podem chegar perto da Terra no futuro. Embora não haja previsão de colisão, os pesquisadores alertam que um impacto com um asteroide de cerca de 150 metros poderia liberar uma energia destrutiva muito superior à de armas nucleares — com consequências graves para áreas densamente povoadas.

Soluções para vigilância espacial

A expectativa é que o Observatório Vera Rubin, que deve entrar em operação em breve, ajude a identificar novos asteroides. No entanto, objetos próximos ao Sol continuarão sendo difíceis de rastrear. Por isso, os autores sugerem o envio de sondas espaciais para regiões próximas a Vênus, como os pontos L1 e L2 — áreas de equilíbrio gravitacional entre o Sol e o planeta. Essa estratégia pode facilitar a detecção dos chamados asteroides ocultos.

Mesmo que os objetos atualmente conhecidos não apresentem risco imediato, o estudo destaca a importância do monitoramento constante e do investimento em tecnologias de observação. A cooperação internacional também é vista como essencial para prevenir possíveis impactos e ampliar o conhecimento sobre os perigos escondidos do Sistema Solar interno.

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