ARTIGO

Negociação: competência imprescindível

Por Júnior Ometto |
| Tempo de leitura: 2 min

Você acha que saber negociar é importante apenas para o mundo corporativo? Você negocia bem? Conhece as consequências disso? Que tal explorarmos este tema tão importante?

Note que, antes mesmo de você falar, já negociava! Nossos “berros” – ainda bebês – denunciavam nosso potencial negociador…

Mas é preciso desmistificar um pouco este termo, que normalmente é vinculado apenas ao mundo dos negócios. Lógico que, numa empresa, ser um bom negociador é fator preponderante para bons resultados. Entretanto, na vida pessoal, esse diferencial tem um peso bem maior e, eu diria, causal. Explico…

Até pouco tempo atrás, os requisitos básicos para ser considerado um bom negociador eram os chamados “conhecimentos técnicos” e os treinamentos eram mais direcionados aos gestores das empresas. Atualmente e, cada dia mais, outras preocupações e necessidades estão sendo incorporadas ao tema, como, por exemplo, o Gerenciamento das Emoções.

Elementar que, no mundo corporativo, é fundamental que haja conhecimento técnico sobre negociação e aqui defendo que ele seja pautado numa ferramenta de muito sucesso chamada “PEC”: Planejamento, Execução e Controle, técnica comprovadamente eficaz para o sucesso de uma negociação, em qualquer nível ou complexidade.

Por outro lado, é fato que um dos principais motivos de demissão (em qualquer nível ou hierarquia) não é prioritariamente a deficiência técnica ou acadêmica, mas, sim, a falta de habilidade no convívio humano, na gestão de pessoas, problemas ocasionados pela intolerância, pelo desequilíbrio emocional, ego inflado, orgulho, enfim, motivos ligados à construção da estrutura psíquica da pessoa.

Na verdade, um bom negociador sabe, antes de tudo, a importância de negociar bem consigo mesmo e o poder do ganha-ganha, uma vez que,  negociar bem consigo mesmo pressupõe autoconhecimento, que gera o autodomínio e o consequente autocontrole.

Portanto, de que adianta conhecimento técnico sem domínio e equilíbrio emocional? Vou além... Pais, Escolas, Empresas, Instituições e Governo deveriam se atentar mais neste ponto tão estratégico que estamos abordando. Precisamos alfabetizar, ensinar Matemática, Português, Geografia, Medicina, Direito, Marketing e tantas outras disciplinas e assuntos que lotam Universidades e Cursos, bem como exigir capacitação acadêmica e técnica dos candidatos a empregos e treiná-los.

Entretanto, também precisamos ensinar as pessoas - desde cedo - o valor e os benefícios da Gestão Emocional; precisamos ensinar as pessoas a pensarem antes de agir, a entenderem a importância do respeito ao próximo e aos limites, aos princípios da dignidade e da honestidade, a gerenciarem suas emoções e a se importarem com os valores que alimentam a alma e não às contas bancárias ou às superficialidades.

“Uma visão da natureza humana que ignore o poder das emoções é lamentavelmente míope. A própria denominação Homo sapiens, a espécie pensante, é enganosa à luz do que hoje a ciência diz acerca do lugar que as emoções ocupam em nossas vidas”. (Daniel Goleman)

Júnior Ometto é doutor em psicanálise e professor universitário.

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