
A respiração humana é, em sua maioria, nasal. No entanto, é comum respirar pela boca em determinadas situações, como durante atividades físicas, quando há a necessidade de aumentar o volume de ar, ou quando o nariz está congestionado devido a gripes ou alergias.
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Contudo, quando a respiração pela boca ocorre por longos períodos, pode se tornar um problema e afetar o bem-estar, gerando efeitos adversos no dia a dia.
Motivos para Respirar Pela Boca
Alterações anatômicas, como desvio de septo nasal ou adenoide aumentada, modificações na musculatura da orofaringe e hábitos de infância, como o uso prolongado de chupeta e mamadeira, podem contribuir para a respiração oral. Nos casos de alterações anatômicas, o fluxo de ar pelo nariz pode ser insuficiente para atender às necessidades respiratórias, fazendo com que a respiração pela boca se torne necessária.
De maneira geral, a respiração oral é resultado de diversos fatores que não configuram uma doença, mas que afetam a qualidade de vida, com sinais e sintomas característicos e múltiplas causas.
Além disso, em algumas situações, a respiração pela boca é mais relacionada a um hábito. Entretanto, ela pode favorecer o surgimento de alterações anatômicas. Durante o crescimento infantil, por exemplo, a pressão do ar na cavidade nasal contribui para o crescimento reto do palato duro.
Pessoas que respiram pela boca têm o palato duro mais elevado e o fundo mais profundo, em vez de reto. Ou seja, a respiração oral durante a infância pode impactar o desenvolvimento da mandíbula, maxila, o posicionamento da língua e dentes, além do tônus da musculatura oral, facial e cervical.
Problemas de Saúde Relacionados à Respiração Oral Durante o Sono
É possível identificar a respiração oral pelo comportamento durante o sono, como o ato de acordar com o travesseiro molhado de saliva, o que indica que a pessoa está babando enquanto dorme.
1. Mau Hálito
Dormir com a boca aberta pode facilitar a proliferação de bactérias na boca, causando halitose.
2. Ronco
O ronco pode ocorrer quando a musculatura da orofaringe está relaxada e obstrui a passagem do ar, causando vibração da mucosa e o som do ronco.
3. Apneia do Sono
Em casos mais graves, a respiração oral pode levar à apneia do sono, caracterizada pela obstrução da passagem de ar e interrupção momentânea da respiração. O distúrbio não tratado pode agravar doenças cardiovasculares, como arritmias, insuficiência cardíaca e hipertensão.
4. Alteração da Voz
Alterações no tamanho das amígdalas ou adenoides, devido à diminuição do fluxo nasal, podem alterar a voz, tornando-a abafada ou fanhosa. Além disso, o ressecamento das mucosas pode dificultar a articulação das palavras e causar desconforto ao falar.
5. Dificuldade para Engolir
Alterações anatômicas decorrentes da respiração pela boca podem prejudicar a deglutição, dificultando a coordenação entre respirar e engolir.
6. Qualidade do Sono
A respiração oral afeta a qualidade do sono, resultando em sonolência diurna, dificuldade de concentração, olheiras, aumento da ocorrência de cáries e diminuição do desempenho físico.
Como Tratar a Respiração Oral?
Quem respira pela boca, seja durante o dia ou à noite, deve buscar tratamento para garantir que a respiração seja feita pelo nariz. O primeiro passo é realizar uma avaliação com um otorrinolaringologista para investigar possíveis causas anatômicas. Caso necessário, o médico pode indicar tratamentos cirúrgicos ou medicamentosos.
O tratamento também pode incluir sessões de fonoaudiologia, com exercícios para fortalecer a musculatura envolvida na respiração e para melhorar a percepção do ato respiratório. O tratamento é indicado apenas quando o paciente é capaz de respirar normalmente pelo nariz.
Após o tratamento, é possível que as funções orofaciais de respiração, fala, mastigação e deglutição se mantenham adequadas, sem necessidade de manter os exercícios permanentemente. Além disso, recomenda-se adotar hábitos saudáveis, como:
- Reduzir o consumo de álcool e tabaco
- Evitar sedativos
- Praticar atividades físicas regularmente
- Manter um peso adequado
- Estabelecer horários regulares para o sono
- Evitar substâncias com cafeína ou nicotina antes de dormir
- Tomar um banho quente e relaxar antes de se deitar