
A Polícia Civil está investigando a morte de grávida e bebê em hospital de Jacareí. A família alega que houve negligência no caso. O hospital nega (leia nota na íntegra, no final do texto).
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Ágatha Ayme Pagotto Ferreira, de 21 anos, deu entrada na sexta-feira (21) no Hospital São Francisco. Ela estava grávida de 41 semanas. A mãe e o bebê morreram, depois de cesárea de urgência.
A mãe de Ágatha diz que as mortes da filha e do neto foram causadas por negligência médica.
“O médico veio, questionou para fazer o cardiotoco, que não estava tendo sinais e que ia encaminhar para um ultrassom. A gente aguardou e a Ágatha passando muito mal, muito, muito mal, pedindo para que fizesse uma cesárea, porque ela não estava aguentando”, disse a mãe, Lucimari Pagotto, em vídeo divulgado nas redes sociais.
“E aí encaminharam o pedido para a clínica para pedir para uma médica vim fazer o ultrassom, porque ali não tinha médico para fazer o ultrassom. Foi mais uma demora e com essa demora quando a gente foi fazer o ultrassom o bebê já estava em óbito”, afirmou.
O hospital se manifestou por meio de nota e o diretor clínico da unidade, Alberto Rocha Coelho Sampaio Júnior, disse que houve uma fatalidade. Na nota, o hospital disse que ocorreu uma anomalia obstétrica rara e repentina, com o descolamento prematuro da placenta.
Lucimari afirmou ainda os médicos no hospital não falaram em nenhum momento sobre descolamento de placenta e hemorragia interna.
O caso foi registrado como homicídio culposo, em situação que resulta em inobservância de regra técnica de profissão.
Leia a nota do Hospital São Francisco na íntegra:
“O Hospital São Francisco de Assis lamenta muito a perda da jovem A. A. e vem esclarecer os fatos ocorridos:
Paciente A. A. deu entrada no Pronto Atendimento Obstétrico do Hospital São Francisco de Assis às 19h30 do dia 21/03/2025, trazida pelo SAMU, com queixa de dor súbita em baixo ventre e, logo na triagem, não foi possível identificar presença de batimentos cardíacos do feto; foi realizado ultrassom de urgência e constatado óbito fetal.
O óbito fetal foi constatado no hospital, portanto, infelizmente, o bebê veio a óbito antes de chegar na instituição, provavelmente devido às consequências do descolamento prévio da placenta.
A paciente não foi encaminhada para indução de parto normal. Do Pronto Atendimento Obstétrico ela foi direto para o Centro Cirúrgico para realização da cesárea de urgência, devido às suas condições clínicas desfavoráveis.
Não houve hemorragia decorrente da cesárea. O fato é que durante a cirurgia foi constatado grave Descolamento Prévio de Placenta Oculto que provocou um sangramento volumoso no interior da cavidade da paciente. No procedimento, foi feita a Histerectomia (retirada do útero) para conter a hemorragia como recurso para salvar a vida da paciente.
Paciente foi encaminhada imediatamente à UTI em estado gravíssimo, chegou a ser entubada, mas não resistiu e veio à óbito.
Infelizmente, a paciente foi acometida por uma anomalia obstétrica rara e abrupta (Descolamento Prévio de Placenta Oculto), da qual não foi possível obter a reversão do quadro.
A mãe da paciente a acompanhou o tempo todo inclusive no centro cirúrgico. A equipe do Hospital São Francisco de Assis realizou todos os procedimentos possíveis e necessários para salvar a vida da paciente A. A., e se solidariza com a família nesse momento de dor e sofrimento diante dessa fatalidade.”