PESQUISA DO CEPEA

Alta oferta e baixa qualidade pressionam preços do feijão

Por Reinaldo Diniz | Jornal de Piracicaba |
| Tempo de leitura: 2 min
Divulgação
De acordo com a pesquisa, enquanto os lotes comerciais enfrentam quedas nas cotações, os feijões de notas superiores seguem valorizados.
De acordo com a pesquisa, enquanto os lotes comerciais enfrentam quedas nas cotações, os feijões de notas superiores seguem valorizados.

O mercado do feijão-carioca segue operando em dois extremos. É o que aponta relatório do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, na manhã desta segunda-feira (24). De acordo com a pesquisa, enquanto os lotes comerciais enfrentam quedas nas cotações, devido ao alto volume de oferta e à menor qualidade dos grãos, os feijões de notas superiores seguem valorizados, o que reflete a escassez desses lotes no mercado.

Veja mais:

Os pesquisadores do Cepea apontam que, no caso, do feijão-preto, os produtores tentam segurar preços de comercialização, mas a demanda segue enfraquecida, o que tem impedido reações mais consistentes. No campo, as atividades de colheita avançaram nas principais regiões produtoras de feijões carioca e preto. Conforme o levantamento da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), até do dia 17 de fevereiro, 52,1% da área da primeira safra já foi colhida no Brasil.

Soja - O Cepea aponta também que os produtores estão focados na colheita da soja, o que tem reduzido a comercialização de grandes volumes do produto. De acordo com os pesquisadores, há incerteza sobre as tendências de preços nas próximas semanas, devido às condições climáticas adversas na Argentina e no Paraguai, que podem afetar a oferta desses países e beneficiar as exportações do Brasil. Compradores, por sua vez, têm adotado uma postura cautelosa, adquirindo volumes menores para atender a necessidades imediatas. A expectativa é que a safra recorde no Brasil gere melhores oportunidades de negócios nos próximos dias.

Mandioca – A moagem da mandioca continuou em ritmo recorde na semana passada, de acordo com o levantamento do Cepea. Neste ano, foram processadas 398,5 mil toneladas de mandioca, um aumento de 3% em relação ao mesmo período do ano passado, marcando o maior volume da série histórica do Cepea, iniciada em 2006. Esse crescimento é impulsionado pelo maior interesse dos produtores na colheita, seja para se capitalizarem ou liberar áreas, conforme o centro de estudos. A retomada das atividades industriais também contribuiu para a movimentação no início do ano. Contudo, com a oferta alta, os preços da raiz de mandioca continuaram a cair em todas as regiões monitoradas pelo Cepea. Entre 17 e 21 de fevereiro, o preço médio foi de R$ 568,52 por tonelada, recuando 3% em relação à semana anterior e apresentando uma queda de 11,7% no acumulado do mês.

Comentários

Comentários