O Cemitério da Saudade, em Piracicaba, continua sendo um ponto crítico, com cerca de 900 gatos abandonados no local. A situação se torna preocupante, além de levantar questões sobre o controle de zoonoses e o impacto na saúde pública. A estimativa é do grupo "Gatos do Cemitério", que busca alternativas para a situação e oferece aos animais suporte com alimentação, captura para castração, cuidados veterinários e encaminhamento dos animais para adoção. Para estimar o número, o grupo considerou que, em 90 quadras onde os gatos estão localizados, há, em média, 10 felinos em cada uma. “Estamos há 18 anos em atividade para minimizar os sofrimentos dos gatos que foram abandonados aqui no cemitério e, para se ter uma ideia, há 11 anos começamos com a castração. Até hoje, já castramos cerca de quatro mil gatos”, conta a coordenadora, Elcian Granado.
Para que os serviços sejam realizados e possam ter boa continuidade, compartilha ela, o grupo depende da ajuda do Poder Público (que contribui com 30 quilos de ração), de doações de parceiros ou, até mesmo, verba retirada do próprio bolso. "São tantos anos nessa luta. Nosso trabalho é diferenciado", compartilha. O trabalho é movido pela solidariedade, mas exige muita dedicação e esforço. Os cuidados com os gatos no cemitério, incluindo alimentação e troca de água (que consomem até 200 litros por dia), começa todos os dias às 7h e segue até às 14h.
Contratado pelo grupo, Matheus Tunin, relata que percorre em média 12 quilômetros em uma área de quase 145 mil metros quadrados para abastecer 185 pontos de alimentação e troca de água. Ele também posiciona os potes e casinhas de forma estratégica para evitar insetos e animais peçonhentos. “Eu sou muito fã de gatos. Já tive mais de 10 ao longo da minha vida. Quando surgiu a oportunidade de participar, foi algo que tocou profundamente meu coração e não tive como recusar. Estou quase completando um ano na equipe, dedicando muito amor e cuidado a todos esses gatinhos”, comentou.
A Prefeitura de Piracicaba informou que o Centro de Controle de Zoonozes (CCZ) orientou a administração do cemitério e o grupo a comunicarem qualquer animal doente, para que o CCZ faça o recolhimento e tratamento. Quem quiser ajudar o grupo“Gatos do Cemitério” pode acessar o Instagram @gatosdocemiteriodasaudade.
