DECISÃO DE HOJE

TCE mantém suspensão do edital da concessão do esgoto em Bauru

Por André Fleury Moraes | da Redação
| Tempo de leitura: 2 min
Joabe Guaranha/Prefeitura de Bauru
Obrigação principal da vencedora da concessão será concluir as obras da ETE Vargem Limpa, que foram iniciadas em 2015
Obrigação principal da vencedora da concessão será concluir as obras da ETE Vargem Limpa, que foram iniciadas em 2015

O Tribunal de Contas de São Paulo (TCE-SP) manteve nesta quarta-feira (12) a decisão que mandou o governo Suéllen Rosim (PSD) suspender o edital que concede o sistema de esgoto de Bauru à iniciativa privada.

A decisão saiu às 7h17 desta quarta e vem no âmbito de uma representação formulada pela Aegea, uma das três maiores companhias de saneamento do Brasil.

Apesar disso, o TCE estendeu os efeitos da paralisação sobre o certame a uma segunda impugnação – esta, por sua vez, apresentada pelo ex-vereador Coronel Meira (Novo).

Na mesma decisão, o conselheiro Renato Martins Costa, relator do caso na Corte, dá 10 dias para que a prefeita encaminhe esclarecimentos a respeito de pontos contra o ex-vereador Meira se insurge e, se for o caso, juntar às respostas encaminhadas pelo governo sobre questionamentos da Aegea.

A gigante do saneamento diz, em 67 páginas de petição, que há oito irregularidades que maculam a concorrência pública que define o futuro do esgoto em Bauru num contrato que vai superar R$ 3 bilhões em 30 anos – prazo da concessão.

Segundo a Aegea, o critério adotado pela prefeitura no âmbito do procedimento licitatório está errado. Pelo atual modelo, leva o contrato aquele que apresentar o menor preço somado à melhor técnica de execução contratual.

Isso, porém, tem sido questionado à luz do argumento de que a concessão do sistema de esgoto mira ao fim o tratamento dos afluentes - independentemente da técnica a ser empregada no meio do caminho.

A Aegea também critica critérios de julgamento, exigências que considera desproporcionais, problemas com relação à estrutura tarifária da concessão e outros pontos com os quais manifestou divergência.

Critérios envolvendo técnica e preço, argumenta, são voltados a contratos que envolvam “inovação tecnológica ou qualquer peculiaridade [semelhante]”. A empresa afirma também que a concessão pode atrair empreiteiras em vez de empresas especializadas em saneamento básico – o que esvaziaria o próprio objeto da licitação.

No mais, a companhia alega também “a ausência a definição dos serviços complementares de água e de esgotamento sanitário”, a “constatação de irregularidade no prazo para pagamento de indenização no caso de caducidade da concessão” e “a inexistência de previsão de acréscimo na exigência de habilitação econômico-financeira de licitantes reunidos em consórcio” – prevista na nova Lei de Licitações.

O TCE encaminhou os apontamentos da Aegea, “considerando a integralidade do tratamento dispensado a cada um deles na peça inicial”, à Assessoria Técnico-Jurídica para que avalie e se pronuncie a respeito deles.

Em nota encaminhada ao JC, a Prefeitura de Bauru afirmou que "não houve nova suspensão" ao certame e que "o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) concedeu um prazo de dez dias para que o município responda a um novo questionamento protocolado pelo ex-vereador Coronel Meira. Dentro do prazo legal, a prefeitura apresentará suas considerações para que o Tribunal finalize a análise do edital".

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