Os vereadores da Câmara de Piracicaba questionaram a instalação de 28 novos radares de velocidade, além de câmeras de videomonitoramento em diversos pontos da cidade. O debate aconteceu durante a segunda reunião ordinária do Legislativo na última quinta-feira (6). O tema foi colocado em discussão a partir da aprovação de um requerimento que solicita informações sobre o contrato. No documento, o vereador salienta que a implantação dos equipamentos, no governo do ex-prefeito Luciano Almeida, não contou com a devida publicidade sobre a finalidade e utilização.
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“É essencial que o Poder Executivo esclareça se tais equipamentos têm como objetivo exclusivo o controle de tráfego e a segurança da população ou se também estão sendo utilizados para aplicação de multas de trânsito”, defende Trevisan Jr. autor do requerimento.
Ele questiona a finalidade específica das instalações e se existe previsão de utilização para a aplicação de multas de trânsito a partir dos equipamentos, além de requisitar a lista completa dos locais onde foram colocados. Faz perguntas ainda sobre a modalidade do contrato, o custo e o balanço de multas aplicadas nos últimos 12 meses. Por fim, o vereador questiona se existe a possibilidade de revisão do contrato.
Ao justificar voto, durante a sessão, Trevisan Jr. fez o mesmo questionamento. “A administração pública pode rever seus atos a qualquer momento porque isso está causando danos à sociedade”, afirmou. Ele chamou os equipamentos de “caça-níqueis”, ao lembrar casos como da avenida Independência, que teria um radar a cada 100 metros. Reclamou ainda que os equipamentos não são acompanhados de temporizadores, o que contribui para que os motoristas tomem as multas. O vereador acredita que os radares não servem para a educação no trânsito. “É para arrecadar dinheiro, não tem nada de educação e segurança, os equipamentos foram instalados sem sinalização”, ponderou.
O tema também foi comentado pela vereador Renan Paes (PL), ao justificar voto. “Entendo que o planejamento das câmeras de monitoramento é da gestão passada, mas solicito ao prefeito Helinho Zanatta, tenho certeza que ele também é contra essa indústria das multas, prefeito dá uma olhada nessa questão. Com esse monte de radar é impossível o trabalhador (motorista de aplicativo), o mototaxi, o pessoal que trabalha com veículo trafegar todo dia pela cidade e não tomar uma multa aí. Isso aumenta, inclusive, o frete, toda a logística. É uma cadeia de aumentos", disse.
O líder de governo, vereador Josef Borges (PP), explicou que as câmeras devem auxiliar no trabalho de prevenção a aglomerações, tumultos e conflitos para garantir que as vias fiquem mais seguras. Ele lembrou que os radares foram instalados por causa do índice elevado de acidentes. “O radar é colocado para que os infratores não avancem a velocidade e não coloquem a vida em risco. É equivocado dizer que é indústria da multa”, avaliou.
O vereador Wagner de Oliveira (PSD), o Wagnão, apostou que o prefeito Helinho Zanatta (PSD) deverá rever o contrato dos radares. “Quando foi eleito, ele entrou no Ministério Público segurando todas as licitações que foram feitas no final do ano”, lembrou. “Se radar evitasse acidente, poderia encher a cidade de radar que compensaria. Mas além do custo, quero ver o benefício disso”.