A Justiça determinou que o médico nutrólogo Abib Maldaun Neto volte ao regime fechado temporariamente após sua esposa denunciá-lo por estupro, violência doméstica e psicológica durante a saída temporária de Natal de 2024. Abib, condenado a mais de 18 anos de prisão por abusos sexuais contra pacientes, já cumpria pena na Penitenciária II de Tremembé, em São Paulo.

No boletim registrado na 1ª Delegacia de Defesa da Mulher, a esposa relatou que era forçada a visitas íntimas no presídio e, durante o período em que Abib esteve em casa, foi estuprada diariamente. A vítima também denunciou agressões verbais e ameaças, além de tortura psicológica sofrida pelas filhas gêmeas do casal, de 5 anos.

Com base na denúncia, o Ministério Público de São Paulo solicitou a interrupção do regime semiaberto, alegando a gravidade dos novos crimes. A juíza Naira Assis Barbosa acatou o pedido, citando incompatibilidade do comportamento de Abib com a disciplina exigida para o regime intermediário.

Um inquérito policial foi aberto para investigar o caso, e a esposa do médico recebeu medida protetiva. Segundo a Secretaria da Segurança Pública, exames periciais estão em andamento, juntamente com outras diligências.

Abib foi preso em 2020 após ser condenado por abusar de uma paciente em 15 ocasiões e responde a outras denúncias de abuso contra oito mulheres. Ele havia progredido ao regime semiaberto em novembro de 2024, após alegar bom comportamento carcerário, mas as novas acusações levaram à reversão temporária para o regime fechado.