A travessia entre os bairros Jardim Potiguar e Nova Iguaçu, em Piracicaba, virou um teste de sobrevivência para pedestres que dependem da passarela do viaduto na Rodovia Margarida da Graça Martins (SP-304). O local, que deveria garantir segurança, oferece um caminho repleto de perigos e negligência.
Tomada por água suja e mau cheiro, a passarela é um obstáculo desafiador. Porém, o maior problema está no fim do trajeto: o pedestre se depara com um barranco de 8 metros de altura, bloqueado por uma defesa metálica. Sem outra saída, muitos são obrigados a pular a mureta e arriscar a vida caminhando entre os veículos.
Para evitar o perigo, quem pode, caminha quilômetros a mais. Já aqueles que não têm escolha enfrentam o medo diário de cair ou ser atropelados. Dois pedestres flagrados no local relataram o drama de usar o trajeto, mas preferiram não gravar entrevistas. Ambos afirmaram que a travessia é um “jogo de sorte” para chegar com vida em suas casas.
A situação escancara o descaso com a mobilidade urbana e com a segurança dos trabalhadores que dependem da estrutura para o deslocamento. "Até quando vidas serão colocadas em risco por falta de planejamento e manutenção", disse Almir Alex Moura, 32, um operário de indústria no Unileste, que também passava pelo local.
A Rodovia Margarida da Graça Martins (SP-135), é administrada pelo Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de São Paulo (DER-SP).