O Semae concluiu a limpeza dos tanques de decantação da ETA (Estação de Tratamento de Água) Luiz de Queiroz e a produção de água subiu de 350 litros por segundo, registrada entre 27 e 30 de dezembro, o que causou a falta de água em diversas regiões, para 750 litros por segundo nesta segunda-feira (20), capacidade máxima. Nesse volume de produção, o abastecimento hídrico para a população fica normalizado. A limpeza foi uma das primeiras ações da administração Helinho Zanatta para combater a crise hídrica no município.
De acordo com o diretor geral de Saneamento do Semae, Thiago Seydell, a produção de água praticamente dobrou neste mês em relação a dezembro. As ETAs Luiz de Queiroz funcionam 24h e, dessa forma, o volume total de água produzida chega a 64,8 milhões de litros por dia.
Os bairros mais afetados com o problema do acúmulo do lodo na ETA foram Pauliceia, Nova Suíça, bairros Jardim Elite, Nova América, Água Branca, Parque 1° de Maio, São Dimas, Jaraguá, Castelinho, Monte Líbano, Campestre, Jardim Califórnia, Ari Coelho, Centro, Bairro Alto, Piracicamirim, Morumbi, Parque Prezotto e adjacências.
De acordo com o presidente do Semae, Ronald Pereira, o lo-do deixado pela gestão anterior em dois tanques impedia a produção de mais água para a população. A autarquia trabalhou 24 horas por dia, com o suporte de oito caminhões diários para a remoção do lodo.
“Nós recebemos a ETA Luiz de Queiroz desse jeito e a população sem água, na virada do ano. A população estava sofrendo com a falta de água desde setembro de 2024. Em pou-co mais de uma semana a gente resolveu. Agora estamos fazendo estudos para resolver o problema do tratamento do lodo em definitivo, num futuro próximo”, observa Pereira.
Concluída a limpeza, todo o lodo retirado teve como destinos as ETEs (Estação de Tratamento de Esgoto) São Jorge e Ponte do Caixão para tratamento. Os resíduos devem ser destinados a um aterro sanitário.
ADIN
Na semana passada, o TJ-SP (Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo) suspendeu os efeitos de uma decisão liminar que obrigava a Prefeitura de Piracicaba e o Semae (Serviço Municipal de Água e Esgoto) a cessarem imediatamente o lançamento de resíduos das estações de tratamento de água Luiz de Queiroz I e II no Rio Piracicaba e ainda determinava a adoção de uma série de medidas corretivas relacionadas às ETAs. O pedido de suspensão foi acolhido com base no risco de ‘grave lesão à ordem pública e à continuidade do abastecimento de água para aproximadamente 30% da população da cidade’. Com a medida, as constantes faltas de água em diversos bairros da cidade devem diminuir.
A decisão de primeiro grau determinava, entre outras exigências, que o Semae interrompesse o lançamento de resíduos como lodo de decantadores e águas de lavagem de filtros diretamente no rio, realizasse a disposição final adequada desses materiais conforme as normas da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), apresentasse relatórios bimestrais de cumprimento e implantasse, até março de 2026, um sistema definitivo de tratamento.
Apesar de a liminar permitir o lançamento do lodo das estações no Rio Piracicaba, o Semae informou que estudos técnicos vão apontar a melhor solução para a destinação adequada do material. “Esses estudos são conduzidos em conformidade com as normas ambientais vigentes, com o objetivo de atender de forma responsável às exigências legais e minimizar impactos ao meio ambiente e no abastecimento de água à população.”