
Alguns símbolos com as mãos passaram a representar risco de morte em certos locais do Brasil. Determinados gestos podem ser interpretados como uma saudação ou indicativo de pertencimento a facções criminosas, já que foram apropriados por organizações como PCC (Primeiro Comando da Capital) e CV (Comando Vermelho).
Estudos feitos por especialista em segurança pública apontam que gestos como "tudo 2" e "tudo 3" funcionam como identificação visual das facções. Os números 2 e 3 correspondem à quantidade de caracteres nas siglas das duas principais organizações criminosas brasileiras: o PCC, cuja sigla possui três letras, lidera os chamados grupos "tudo 3"; enquanto o CV, com duas letras, está associado aos "tudo 2".
Um post que circula nas redes sociais mostra quais gestos "são perigosos" fazer em fotos:
Códigos têm origens adaptadas ao contexto carcerário, onde a comunicação precisa ser sigilosa. Redes sociais atuam como vetor de disseminação desses gestos, o que teria começado a causar transtornos ao trabalho de facções.
CASOS RECENTES
Mortes ocorridas no Brasil recentemente têm sido atribuídas a gestos feitos pelas vítimas em fotos. Em dezembro, um adolescente de 16 anos foi morto em Jericoacora, no Ceará, supostamente após fazer um gesto com as mãos que seria símbolo de uma facção criminosa da região. Henrique Marques de Jesus (foto abaixo) era natural de Bertioga e estava em férias com o pai.
No último dia 10, um homem de 36 anos foi encontrado morto, com sinais de tortura, em uma área de mata da cidade de Sorriso (MT). De acordo com a Polícia Civil, a vítima, identificada como Everson Santos da Silva (foto abaixo), foi executada após supostamente fazer um sinal associado a uma facção criminosa.
Segundo a investigação, Everson esteve em um bar dominado por criminosos da facção Comando Vermelho (CV). No local, o rapaz teria tirado uma foto fazendo um gesto ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC).