ARTIGO

Considerações de uma vegetariana


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Toda essa polêmica sobre o boicote à carne do Carrefour, me fez refletir de como esse assunto é, e sempre foi tratado.
Não vou me intrometer no lado político da questão, mas sim, mostrar o lado de quem não pode decidir sobre sua vida, sobre seu sofrimento, o pobre animal.

Todos se referem a eles como “produtos”. Pessoas que amam cães, gatos, e os tratam até como filhos, também enxergam bois, porcos, frangos, como "coisas".

A indústria da carne vai de vento em popa. Dizem, para acalmar as consciências, que há o tal do “abate humanitário", como se houvesse uma maneira "boazinha" de matar. Oras, matar é sempre matar!

E a indústria, focada nos lucros, vai sempre adotar medidas que sejam vantajosas para ela, nunca pensando no animal, que sofre desde o nascimento até a hora do abate.

São confinados e castrados sem anestesia para engorda rápida, pois isso encareceria os custos. São marcados com ferro em brasas, recebem toneladas de antibióticos, hormônios e sei lá mais quê.

Por gostar demais de animais, tornei-me vegetariana há mais de 40 anos. Não faz falta alguma, nunca tive anemia ou outro problema de saúde por não comer carnes. E minha consciência fica em paz, por não compactuar com o sofrimento deles. 
Mas quem não liga para isso, deveria ao menos pensar como a criação intensiva  dos animais para consumo reflete no meio ambiente, pois causa prejuízos ambientais muito graves e irreversíveis.

Todo mundo sabe que os gases produzidos pelo gado são responsáveis em grande parte pelo efeito estufa, que por conseguinte, causa derretimento das massas polares, causando inundações, tempestades, furacões, desertificação, secas, todo tipo de desastres e extinção das espécies.

E já vou respondendo a quem costuma contestar: “mas as plantinhas não sofrem também?”. A resposta é: não. Todos sabemos que os vegetais não possuem sistema nervoso, por isso não sentem dor. Há muita diferença entre colher uma alface, pegar uma fruta no pé, de esfolar um animal que grita de dor, sangra, se contorce e não quer morrer.

Os criadores de gado se gabam do Brasil ser o maior exportador de carnes do mundo! Abastecemos o mercado de carnes da Europa e de outros países.

Mas tudo tem um preço. E pagamos bem caro para manter essa posição de sermos o imenso pasto do mundo.
Nossas florestas vão sendo derrubadas para virar pastos. Quanto mais aumenta a criação de gado, menos florestas. E a fauna silvestre vai sendo dizimada também.  Isso sem contar o uso das fontes de água, pois para se produzir um quilo de carne bovina são necessários 15.400 litros de água. Fora as toneladas de dejetos, curtumes que poluem, a lista é imensa, mas ninguém vai divulgar porque não é do interesse mostrar o lado negativo.  Não pretendo polemizar, apenas expor meu ponto de vista.

E tem o lado espiritual, que ninguém vai querer tomar conhecimento também. Todo o sangue derramado desses inocentes, o sofrimento atroz nos abatedouros, criam uma aura terrível e nebulosa envolvendo o planeta, um carma coletivo que mais cedo ou mais tarde, a humanidade terá de quitar. Nada fica impune aos olhos do Criador, que criou os animais e os humanos igualmente.

Mas, deixa pra lá, minha opinião não vai fazer as pessoas mudarem de uma hora para outra. Só a natural evolução dos humanos vai apontando a direção certa a seguir.

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