ARTIGO

Festa Literária de Piracicaba


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A célebre frase da escritora Margaret Mead: “Nunca duvide que um pequeno grupo de pessoas conscientes e engajadas possa mudar o mundo”, se aplica perfeitamente à garra dos que fizeram a quinta edição da FLIPIRA acontecer.
A FLIPIRA começou com o sonho de um grupo que ia todos os anos até Paraty a fim de participar da Festa Literária, evento já consolidado que teve sua primeira versão em 2003 como uma manifestação cultural,  cada ano homenageando um autor brasileiro. 
Tal como lá, onde tudo acontece às margens do rio Perequê-Açu, aqui acontece às margens do rio Piracicaba. As três primeiras edições aconteceram no entorno do Casarão do Turismo, e as duas últimas, no Engenho Central.
Lá em Paraty tem a Flipinha, aqui tem a Flipirinha. E neste ano a inovação ficou por conta da Flipteen, espaço voltado aos jovens.
Quem tornou esse projeto real foi a escritora e poetisa piracicabana Raquel Delvaje. Como um Quixote de saias lutando contra moinhos de vento, assumiu e levou até às últimas consequências seu sonho, até que ele virasse realidade. Era para ser algo mais voltado aos grupos literários da cidade, mas acabou tomando contornos muito maiores do que a expectativa, vindo pessoas de outras cidades para a festa por causa da divulgação nas redes sociais.
Além da união dos grupos literários CLIP - Centro Literário de Piracicaba, GOLP - Grupo Oficina Literária de Piracicaba e APL – Academia Piracicabana de Letras, tivemos a preciosa colaboração da Biblioteca Municipal, através da SEMAC na realização.
E os trabalhos começaram bem antes, com a confecção das bandeirolas de poemas, material para as oficinas, para decoração do local, horas e horas de trabalho antes e depois da festa, tudo artesanal feito pelos escritores. E sabemos que tudo que é feito com amor é fadado ao sucesso.
Apoios são fundamentais! Tivemos apoio total da imprensa, rádios e as redes sociais ajudaram bastante. Os patrocinadores colaboraram financeiramente para que as ideias se concretizassem, pois sem dinheiro não se consegue realizar evento algum.
A sementinha plantada em 2016 germinou, floresceu e está dando frutos.
Mais de sessenta escritores presentes, livrarias, expositores, a festa foi tomando contornos gigantes e até fugiu no nosso controle. Escritores, expositores, livrarias, muitos querendo participar de última hora e o espaço já não comportava. Foram mais de 6 mil pessoas circulando pelo evento entre sábado e domingo.
No sábado, o ponto alto da festa, a presença do escritor Ignacio Loyola Brandão, que aceitou de imediato o convite, pois aqui esteve há 35 anos, dando uma palestra no SESC, que gerou o embrião do GOLP, nosso atuante Grupo Oficina Literária de Piracicaba. Do alto de seus 88 anos, escreveu: “Como posso não ir? Um grupo de literatura que resiste a tanto tempo merece ser prestigiado”. E ele veio, palestrou, conversou, autografou, recordou, mesmo com o calor de mais de 30 graus que fazia no Engenho. Pediu para comer peixe na beira do rio e o levamos para almoçar na rua do Porto antes de aportar no Engenho.
A Festa é nossa, dos escritores, artistas de todas as artes, unidos numa festa cultural memorável. Ano que vem tem mais!

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