Francisco de Assis Pereira, hoje com 56 anos e conhecido como Maníaco do Parque, poderá ser solto em agosto de 2028, apesar de ter recebido uma condenação que ultrapassa 280 anos de prisão. Francisco foi julgado em 1998 pelos assassinatos de 11 mulheres e responde por sete dessas mortes, sendo acusado por crimes de homicídio qualificado, estupro, ocultação de cadáver e atentado violento ao pudor. Confessando os crimes, ele foi preso em 4 de agosto de 1998.
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O Código Penal brasileiro, no entanto, impõe limites ao cumprimento de penas, o que possibilita a redução desse tempo. Na época da condenação, a legislação permitia um tempo máximo de prisão de 30 anos. Esse limite foi ampliado para 40 anos em 2019, mas essa alteração se aplica apenas aos crimes cometidos após a vigência da nova lei, em 2020. Como Francisco foi condenado antes disso, o aumento não se aplica ao seu caso, abrindo a possibilidade para que ele deixe a prisão após o cumprimento de três décadas de detenção. Sua soltura, porém, depende da aprovação em exames psicológicos obrigatórios. Caso seja considerado inapto, um juiz poderá decidir pela extensão de sua pena.
A perspectiva de sua libertação é motivo de preocupação para os envolvidos no caso. Edilson Mougenot Bonfim, o promotor que o acusou no Tribunal do Júri, manifesta apreensão sobre o risco de reincidência, argumentando que Francisco apresenta traços psicopáticos, para os quais não existem tratamentos ou medicamentos eficazes, segundo ele. Em declarações ao jornal O Globo, o promotor afirmou temer que o ex-detento possa voltar a atacar, caso seja solto. Francisco, por sua vez, parece conformado com a possibilidade de permanecer na prisão. Em uma entrevista, ele afirmou que não se importaria se sua liberdade não fosse concedida após completar os 30 anos de cumprimento de pena.
Atualmente, Francisco cumpre pena na penitenciária de Iaras, em São Paulo, onde permanece em grande parte do tempo isolado. Lá, ele ocupa o tempo fazendo artesanato, como bordado de tapetes e toalhas, e também frequenta cultos evangélicos semanalmente. Os relatos dos funcionários do presídio indicam que ele costuma andar com uma Bíblia.
Em seus crimes, Francisco abordava mulheres no Parque do Estado, em São Paulo, quando trabalhava como motoboy. Ele se apresentava como um “caçador de talentos” e oferecia sessões de fotos para supostos catálogos de cosméticos. Esse disfarce lhe permitia atrair as vítimas para áreas desertas do parque, onde cometia os crimes. Algumas mulheres conseguiram escapar, mas várias foram assassinadas. Entre os vestígios deixados, mordidas nos seios de algumas vítimas evidenciaram uma obsessão particular do agressor. Após os ataques, Francisco foi capturado na fronteira do Brasil com a Argentina, no estado do Rio Grande do Sul.