EM SALA DE AULA

'Bom, mas não resolve problemas', diz Bebel sobre proibir celular

Por Roberto Gardinalli | roberto.gardinalli@jpjornal.com.br
| Tempo de leitura: 2 min
Roberto Gardinalli/JP

A deputada estadual e segunda presidente da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), Professora Bebel (PT) considera que a proibição dos celulares no ambiente escolar, como deve ser proposto pelo Ministérios a Educação ainda em outubro, é positiva, mas não resolve os principais problemas da educação. De acordo com a parlamentar, a redução do uso dos aparelhos como celulares e apostilas digitais, já foi recomendada em relatório da Unesco em 2023.

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Segundo o documento, o uso excessivo de tecnologias da informação interfere negativamente na aprendizagem de crianças e jovens. “A Suécia, por exemplo, já revogou a utilização dessas tecnologias em salas de aula, retomando o uso de livros e outros materiais pedagógicos”, diz a deputada. “Na contramão dessa recomendação, o governador Tarcísio de Freitas e o secretário estadual da Educação de São Paulo, Renato Feder, investem pesadamente na chamada ‘plataformização’ do processo ensino-aprendizagem”, criticou. “Graças à mobilização da Apeoesp, do nosso mandato popular de outras entidades da Educação, entidades estudantis e movimentos sociais, o governo do Estado não cancelou a participação de São Paulo no Programa Nacional do Livro Didático. Realizei duas audiências sobre este assunto na Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo)”, disse.

"Nesse contexto, vejo positivamente a iniciativa do governo do presidente Lula de elaborar projeto de lei para proibir o uso de celulares nas salas de aula, com o objetivo de reduzir o uso de telas, que atrapalham a aprendizagem dos estudantes, inclusive distraindo-os durante as aulas. Pioneira, a França adota a medida desde 2018”, considerou. “Obviamente, a proibição do uso de celulares em salas de aula não resolve o problema da qualidade do ensino. A garantia de qualidade na Educação passa por investimentos, passa pela valorização dos profissionais da Educação, por infraestrutura e equipamentos adequados nas escolas, por políticas educacionais adequadas, pela gestão democrática, com o fortalecimento dos conselhos de escola, entre outras medidas”, disse Bebel.

Para a deputada e segunda presidente da Apeoesp, os avanços tecnológicos são parte do cotidiano, e devem ser usados como complemento às atividades. “Em que pese a correta proibição dos celulares nas salas de aula, as tecnologias da informação podem ser utilizadas como instrumentos complementares no processo educativo, no contexto do projeto político-pedagógico da escola, de forma equilibrada e limitada, por meio de outros equipamentos que não inviabilizem a formação integral dos estudantes, como vem ocorrendo”, finalizou.

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