'CURA GAY'

Jovem de Piracicaba tira a vida após passar por 'cura gay'

Por Ana Laura França | ana.laura@jpjornal.com.br |
| Tempo de leitura: 2 min
Divulgação
Letícia Maryon tinha 22 anos: nasceu homem, fez a transição para mulher e passou por reconversão
Letícia Maryon tinha 22 anos: nasceu homem, fez a transição para mulher e passou por reconversão

Um jovem nascido em Piracicaba e residente de Duque de Caxias (RJ), de 22 anos, tirou a própria vida após ser submetido a um processo de "destransição" conduzido por um pastor que se identifica como "ex-travesti" e defende a chamada "cura gay".

Recentemente, Theylor Roberto, nome com o qual se identificava antes do falecimento, havia participado de um culto liderado pelo pastor Flávio Amaral, onde compartilhou sobre sua experiência, mencionando que estava vivendo uma "guerra espiritual entre o corpo e o espírito". O caso foi noticiado pelo perfil Universo LGBTQIA+, que tem 420 mil seguidores no Instagram.

O pastor, que guiou o jovem nesse processo, é conhecido por realizar "terapias de conversão" em jovens LGBTQIAPN+. Em suas redes sociais, ele afirma que é possível "abandonar a homossexualidade" por meio da fé e frequentemente divulga relatos. Além disso, ele aparece em programas de TV e podcasts, propagando suas crenças. É líder de um movimento conhecido como LPD (Libertos Por Deus), que busca converter transexuais ao seu sexo de nascimento.

No caso do jovem piracicabano, a situação foi a seguinte: ele nasceu homem e foi batizado de Guilherme. Ao não se identificar com seu gênero de nascença, fez a transição e passou a ser chamada de Letícia. Ao conhecer o pastor, Letícia foi convencida do "mal" que havia se submetido e com a ajuda dele, decidiu passar pela reconversão e usar o nome de Theylor Roberto.

Entre 2010 e 2019, o Brasil registrou 112.230 mortes por suicídio, um aumento de 43% nas vítimas anuais, passando de 9.454 em 2010 para 13.523 em 2019, segundo dados do Ministério da Saúde. Os principais sintomas de depressão, de acordo com o Ministério da Saúde, incluem perda de interesse sexual, insônia ou sonolência, sendo a insônia geralmente intermediária ou terminal, humor depressivo com sentimentos de tristeza, culpa e baixa autoestima, retardo motor com cansaço extremo, falta de energia, lentidão no pensamento, dificuldade de concentração, queixas de memória e falta de iniciativa, além de sintomas físicos diversos como mal-estar, dores, taquicardia e sudorese. Também há alterações no apetite, que pode diminuir, embora em alguns casos o interesse por carboidratos e doces aumente.

Se você ou alguém que conhece precisa de ajuda, existem serviços de apoio emocional e prevenção ao suicídio disponíveis, como o CVV (Centro de Valorização da Vida) – 188 (ligação gratuita), que oferece atendimento também via chat, email e presencial, com mais informações no site. Além disso, é possível buscar apoio em Caps, UBS (Unidades Básicas de Saúde), UPA 24h, Samu - 192, pronto socorros e hospitais.

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