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‘Vamos fazer a cidade avançar’, diz Jair Leite, candidato a vice

Por Roberto Gardinalli | roberto.gardinalli@jpjornal.com.br
| Tempo de leitura: 10 min
Divulgação

Nascido no dia 27 de julho de 1952, no bairro Tanquinho, em Piracicaba, o médico dermatologista Jair Leite tem, hoje, 72 anos, e muita história para contar. A começar pelo nome: palmeirense, seu pai quis homenagear o craque do Verdão Jair da Rosa Pinto, que brilhava nos gramados palestrinos à época. Aos dois anos de idade foi morar em Limeira, e retornou a Piracicaba aos 15 anos, idade com que começou a trabalhar na siderúrgica Dedini. Mas sempre teve o sonho de cursar medicina na faculdade, porém, com poucas condições para arcar com os custos do cursinho pré-vestibular, chegou a optar pela Agronomia, que cursaria em Piracicaba, ou Geologia, na cidade de Rio Claro. Mas não desistiu do desejo principal. Conseguiu uma bolsa de estudos no CLQ, onde fez o cursinho e, assim, ingressou no mundo da medicina.

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Após anos de atuação na área, Dr. Jair Leite recebeu um convite importante: compor a chapa de Paulo Campos como vice-prefeito nas Eleições de 2024 em Piracicaba. “Fui surpreendido pelo convite do Dr Paulo Campos, e procurei me informar sobre ele. Realmente uma pessoa de caráter ilibado. Honesto, capacitado, tendo já sido vereador por várias vezes, com ficha limpíssima”, completou. Confira a entrevista de Jair Leite, candidato a vice-prefeito de Piracicaba pelo Podemos ao JP.

Conte um pouco da sua trajetória na medicina: estudos, experiência na área, a sua especialidade e como a escolheu.
Meu nome é Jair Antônio Leite da Silva. Nasci em Piracicaba, no bairro Tanquinho, muito conhecido pelas festas do milho verde. Meu nome foi dado por meu Pai , por ser ele palmeirense, e na época o Jair da Rosa Pinto brilhava nos gramados jogando pelo Alvi Verde.

Meu pai faleceu aos 92 anos de idade há 3 anos. Caminhoneiro a vida toda, trabalhou muito e tinha a alegria como sua marca registrada. Para ele tudo estava sempre bom. Nada o abalava, e foi um exemplo maravilhoso para mim. Somos 7 irmãos, sendo eu o mais velho. Minha mãe , ainda viva, mas com a memória já um pouco confusa, é quem cuidava de nós e da casa. Com tantos afazeres domésticos, ainda achava tempo para nos ajudar com a escola.

Aos 2 anos de idade, mudamos para Limeira, onde ficamos até meus 15 anos. Lá estudei o ensino básico, no melhor colégio da época. O famoso Colégio Castello Branco. Voltamos para Piracicaba, onde terminei o colegial em outra escola também muito boa, o Jerônimo Gallo.  Vale lembrar que aos 15 anos, eu estudava e arrumei emprego na siderúrgica Dedini,na seção de compras junto com Petroceli e Brigatti como eram conhecidos os responsáveis por todas as compras da indústria Dedini.

No terceiro colegial, fui convocado para o tiro de Guerra. Meu sonho era fazer medicina, mas o cursinho, que na época só tinha o CLQ, era muito caro para meu bolso. Em virtude disso, estava resolvendo entre agronomia aqui em Piracicaba ou geologia em Rio Claro. Nesse ponto vem aqui meu agradecimento ao CLQ, na figura do Thame, que vendo uma solicitação minha para bolsa de estudos, me chamou dois meses depois de iniciado o cursinho, para uma conversa. Para mim foi uma surpresa que ditou a minha trajetória como médico. No início da minha conversa com o Thame, a primeira pergunta que ele me fez foi o que eu pensava em cursar. Eu disse que estava pensando em agronomia ou geologia, mas, se pudesse fazer o cursinho gostaria mesmo de fazer medicina, pois teria mais condições de passar. Depois de algumas conversas, ele chegou a um desconto de uns 50 %, e eu vi que isso daria pra pagar. Terminado o ano, e bem preparado, fiz inscrição em 2 faculdades: na Federal de Curitiba e em Botucatu. Acontece que os exames foram programados para o mesmo dia. Na verdade na mesma semana, pois foram 7 dias de provas.

Avaliei bem e decidi por fazer em Botucatu, onde fui aprovado, e cursei os 6 anos de faculdade e mais 2 nela mesmo fazendo Dermatologia. Que faculdade maravilhosa. Que professores incomparáveis, principalmente a professora Neusa Lima Dilson, chefe da cadeira de Dermato. Fui convidado por ela para ficar dando aulas, mas preferi sair, pois a dedicação teria que ser exclusiva, e eu preferi vir pra cá e trabalhar no consultório. Assim, em 1980, vim para Piracicaba, onde o Doutor Joaquim Fernando Almeida, um excelente dermatologista formado na mesma escola, me convidou para trabalharmos juntos. Pessoa humana e maravilhosa. Trabalhamos juntos até quando ele parou de exercer a medicina em 2020. Eu ainda continuo exercendo a Dermatologia nessa cidade maravilhosa. Isso é um pouco daquilo que fui e continuo sendo. Agradeço a Deus todos os dias a minha trajetória que considero um sucesso.

Assim que me forme, me casei com uma companheira maravilhosa, Dona Marta, brava como toda espanhola, mas muito boa de coração, e que ajudou e ajuda muito ainda, principalmente com a minha saúde. Tenho um filho que também se chama Jair, formado em direito, e duas netas encantadoras: Lara Leite da Silva e Luana Leite da Silva. Ambas netas fazendo medicina. Lara já está no terceiro ano e Luana, por ser mais velha, no quarto ano de medicina. Portanto, não poderia ser mais feliz do que sou. Agradeço a Deus por tudo que me tem providenciado, pois sem Deus nada somos, e também ao povo piracicabano, com quem me identifico e amo muito.

Como foi o convite para o senhor sair como candidato a vice-prefeito de Paulo Campos nas Eleições de 2024?
A pergunta que me fazem é sobre a razão de ter a essa altura, já com 72 anos, ter pensado em participar ativamente do quadro político. Posso dizer que foi para mim uma decisão difícil, uma vez que o político infelizmente sempre foi visto como uma pessoa de caráter duvidoso. Não há como negar isso, infelizmente. Poucos se salvam para falar a verdade. Admiro esses poucos honestos, que realmente pensam nos pobres e no povo de uma maneira geral. Existem sim os bons , os honestos, mas sejamos sinceros… são poucos.

Cheguei num momento da minha vida, em que tenho estabilidade financeira, e experiência suficiente, para não precisar do dinheiro público, muito menos me aproveitar dele . Vc que está aí lendo, sabe muito bem do que estou falando. Por outro lado, sempre me “cutucaram” dizendo que se deixamos para os maus, nem reclamar podem os bons . Portanto me sinto não só motivado, mas até mesmo no dever de me colocar a serviço da população, particularmente dos mais necessitados.

Saúde, transporte, ensino público e segurança são fundamentais para todos nós. O dinheiro com certeza para isso entra em quantidade muito maior que o necessário. Como diz o querido amigo Paulo Campos: só não roubar que faz.

Fui surpreendido pelo convite do Dr Paulo Campos, e procurei me informar sobre ele. Realmente uma pessoa de caráter ilibado. Honesto, capacitado, tendo já sido vereador por várias vezes, com ficha limpíssima. Ama o próximo de uma maneira invejável. Ficam aqui os motivos que me levaram ao aceite do convite para ser seu vice, e juntos poder fazer a cidade avançar mais ainda, tanto na segurança saúde e nos projetos sociais. Eu da minha parte me sinto honrado, e com certeza lutaremos pelos direitos de todos , principalmente dos mais necessitados e desamparados. Se os bons se omitem, os ímpios  imperam.

Acho um absurdo uma pessoa sem um mínimo grau de instrução se aventurar em cargos públicos. Deveríamos ter escolas preparatórias para quem se interessasse em fazer carreira política. Outra necessidade fundamental na minha opinião seria ter ficha limpa para votar e ser votado.

Falando sobre a área da Saúde, que é a sua especialidade e um dos assuntos mais recorrentes da cidade. Uma das principais reclamações da população é com relação à demora no atendimento nas unidades de saúde do município. Na sua visão, por que isso acontece e o que poderia ser feito para diminuir esse problema?

Falando da saúde pública em Piracicaba, vemos como a população tem sofrido com a espera de horas para um atendimento de emergência e não são raros os casos de óbitos em espera. Existem filas também para cirurgias sendo que o orçamento administrando corretamente daria para se ter uma ótima qualidade no atendimento à nossa população. Poderemos ser referência no Brasil nesse quesito.

Acho que a saúde pode sim ser bem melhorada. Hoje estamos na era da informática, e devemos nos utilizar de toda capacidade de modernidade e inteligência tecnológica para facilitar a vida do paciente.

Precisamos modernizar o atendimento, digitalizando todas as UPAs (Unidades de Pronto Atendimento), principalmente para que o cidadão consiga marcar suas consultas , suas cirurgias, seus exames, no conforto da sua casa. Inclusive a senha do atendimento deverá ser conseguida a distância com previsão de saber o tempo de espera. Nada de  precisar estar lá sentado esperando, e por vezes contraindo outras doenças na espera do atendimento. Pelo celular o paciente poderia monitorar o tempo que falta para ser chamado.

A saúde em alguns casos tem que ter atendimento rápido, urgente. Precisamos acabar com essas filas de espera. Temos que resolver tudo isso. Como médico recebo pacientes que passaram pelo pronto atendimento, e não sabem nem dizer o que tomou, o que injetaram nele. O .Paciente tem que sair de qualquer pronto atendimento sabendo o que foi feito, o que foi dado de medicação , para sua própria segurança e segurança do médico que venha atendê-lo posteriormente. É comum chegar  ao meu consultório pacientes anteriormente medicados, e gerar dúvidas quanto a medicação que não sobrecarregaria o indivíduo com novas medicações.  Teremos sim muito trabalho para satisfazer a necessidade dos atendimentos na saúde.

Quais são os principais desafios que o senhor enxerga para o futuro de Piracicaba? O que o senhor deseja para a Piracicaba do futuro?
O principal desafio que enxergo para Piracicaba é a reorganização das secretarias para garantir a excelência em todos os serviços prestados à população. Na área da saúde, nossa prioridade será zerar as filas de cirurgias, atendimentos e exames, tornando a Secretaria da Saúde de Piracicaba um modelo nacional. Com o orçamento e a infraestrutura que temos, isso é totalmente viável.

Na educação, nosso foco será valorizar os professores e garantir uma nutrição adequada para todas as crianças e adolescentes da rede pública. Além disso, vamos promover a segurança e a disciplina nos ambientes escolares, criando um ambiente propício para o aprendizado e o desenvolvimento integral dos alunos.

No esporte, pretendemos resgatar a valorização de nossos atletas e ampliar as oportunidades para que novos talentos sejam descobertos. Acreditamos que o esporte é fundamental para o desenvolvimento humano e, por isso, vamos investir fortemente em programas e infraestruturas esportivas. Da mesma forma, a cultura, o turismo e as artes também receberão atenção especial, pois são áreas que enriquecem a vida da nossa comunidade.

Outro grande desafio é melhorar a infraestrutura da cidade. Não podemos nos limitar a recapeamentos pontuais em épocas eleitorais; precisamos cuidar das vias públicas durante todo o mandato, especialmente nas periferias. Muitas vezes, vemos prefeitos priorizando a indústria da multa, mas negligenciando a manutenção das ruas e avenidas. Nosso compromisso é garantir vias com asfalto de qualidade e durabilidade, além de manter a cidade limpa, arborizada e bem iluminada. Esses são cuidados básicos, mas essenciais para o bem-estar dos cidadãos.

Meu objetivo é que Piracicaba se torne um modelo de gestão, não apenas no estado de São Paulo, mas em todo o Brasil. Queremos elevar o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da cidade ao topo do país, e estamos dispostos a trabalhar arduamente para alcançar essa meta. Isso inclui gerar empregos, atraindo grandes empresas para a cidade, e também cuidar de questões fundamentais como saúde, alfabetização, saneamento, moradia e outras áreas de extrema relevância.

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