A doença do carrapato, conhecida cientificamente como erliquiose, é uma enfermidade grave que afeta os cães no Brasil. Causada por bactérias do gênero Ehrlichia, essa doença é transmitida através da picada de carrapatos infectados, especialmente o carrapato marrom (Rhipicephalus sanguineus), comum em climas quentes e úmidos.
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A infecção ocorre quando o carrapato, ao se alimentar do sangue do cachorro, inocula a bactéria no organismo do animal. O sistema imunológico do cão responde à presença da Ehrlichia, mas, muitas vezes, não consegue eliminar completamente a bactéria, levando ao desenvolvimento da doença em diferentes fases. A fase aguda, que pode durar de duas a quatro semanas, é caracterizada por sintomas como febre, apatia, perda de apetite, emagrecimento, hemorragias e, em alguns casos, anemias graves. Se não tratada, a doença pode evoluir para uma fase crônica, onde o cão pode apresentar alterações no sistema nervoso, dificuldades respiratórias e problemas nos rins. Em casos avançados, a erliquiose pode ser fatal.
Os riscos da doença do carrapato não se limitam apenas à saúde individual dos animais. No Brasil, o problema tem crescido significativamente nos últimos anos, com várias regiões do país enfrentando surtos, principalmente em períodos mais quentes. Segundo dados do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), entre 2019 e 2023, houve um aumento de cerca de 35% nos casos de erliquiose em cães em território nacional, com prevalência maior em estados do Sudeste e Nordeste. Estima-se que a doença afete anualmente cerca de 10% da população canina, com taxas mais elevadas em áreas rurais e periféricas, onde o controle de carrapatos é mais difícil.
O tratamento da erliquiose inclui o uso de antibióticos específicos, como a doxiciclina, que devem ser administrados por um período prolongado, geralmente entre 21 a 30 dias. Em casos graves, podem ser necessárias transfusões de sangue e outros cuidados intensivos para estabilizar o cão. O acompanhamento veterinário é fundamental, pois a doença pode deixar sequelas, como problemas crônicos no sistema imunológico, mesmo após o tratamento.
A prevenção é a melhor estratégia contra a doença do carrapato. O uso regular de carrapaticidas, tanto em formato de coleiras quanto em soluções tópicas, ajuda a manter os parasitas afastados dos animais. Além disso, é importante realizar a inspeção visual frequente nos cães, especialmente após passeios em áreas com vegetação alta ou gramados, onde os carrapatos podem estar presentes. A limpeza do ambiente também é crucial para evitar a proliferação desses parasitas, principalmente em quintais e locais onde os cães costumam passar muito tempo.