Inicialmente, vamos entender o que é a chamada “Sombra”, um dos conceitos mais importantes desenvolvidos por Jung (Psiquiatra e Psicoterapeuta suíço que fundou a Psicologia Analítica). Esse estudo de Jung explica – dentre tantas outras coisas – o “fascínio” do ser humano pelo desastre, pelo negativo, pelo sensacionalismo, pelas tragédias, pelo pessimismo.
Não precisamos de grandes estatísticas para comprovar isso. Um dos exemplos é a programação nos canais de televisão e em outras plataformas. Noticiários, programas e tantas outras “atrações”. É perceptível que uma grande parte tem teor negativo e a liderança da audiência, com vários tipos de violência, mortes, crimes espantosos, histórias catastróficas, abusos, acidentes, injustiças, corrupção. Fatos que apenas aprofundam a tristeza, alimentam o medo, consolidam a impotência e trazem indignação e revolta. Um cenário mental perigoso e que traz sérias consequências.
E não devemos cair no engano de apenas criticar emissoras e canais. Analise: se eles alterarem suas programações, para onde iria a audiência? Então, onde está o real problema, a real causa?
Pois bem, mas aí você me pergunta o que a tal da “Sombra de Jung” tem a ver com tudo isso... Todos nós, seres humanos, trazemos do passado uma série de sentimentos negativos: crenças, emoções, frustrações, traumas, tristeza, raiva, medo; que vão formando uma “sombra emocional”, que busca crescer e se desenvolver. Todo esse cenário negativo e cruel que nosso consciente visualiza é o alimento que ele precisa. Portanto, essa atração que sentimos por coisas negativas é simplesmente esta “sombra” se alimentando e atuando dentro de nós, mas de forma inconsciente.
Só reverte esse ciclo o ser humano que tem a coragem de acessar suas sombras, mergulhando em si mesmo e colocando “ordem na casa”, na maravilhosa jornada do autoconhecimento, que é extremamente facilitado pela Terapia. O que não serve, mas por algum motivo ainda permanece em nossa mente inconsciente, segundo a Psicologia Analítica de Jung, precisa ser esclarecido ou retirado. Portanto, não é a fuga, mas o enfrentamento inteligente. Entretanto, o ser humano tem medo de sua própria sombra, pois é lá que está tudo o que ele deseja negar ou esconder. E o autoconhecimento caminha exatamente no sentido contrário, pois nele ocorrem conscientização e transparência, numa viagem real e profunda, pois essa é a dinâmica da vida, fruto - dentre outros motivos - do livre arbítrio, que garante o poder da escolha e, consequentemente, do desenvolvimento humano eficaz.
Quanto mais você se libertar, limpando sentimentos e emoções negativas acumuladas, menos sua mente se sentirá atraída por qualquer coisa que possa te fazer mal ou te influenciar negativamente e, consequentemente, muito melhor será sua qualidade de vida física e emocional.
"Até você se tornar consciente, o inconsciente irá dirigir sua vida e você vai chamá-lo de destino." (Carl Gustav Jung).
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