A castração de animais de estimação é um tema cada vez mais discutido entre veterinários, ONGs e tutores, dada a importância dessa prática para o controle populacional e a saúde dos animais. No Brasil, onde o número de cães e gatos de rua atinge cifras preocupantes, a castração é vista como uma medida essencial para evitar a superpopulação, o abandono e os maus-tratos.

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De acordo com dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), existem cerca de 30 milhões de cães e gatos abandonados no Brasil, sendo 10 milhões de cães e 20 milhões de gatos. Essa superpopulação se agrava em áreas urbanas, onde os recursos para controle e cuidado desses animais são limitados. A castração é, portanto, uma solução eficaz para evitar que esses números continuem crescendo.

Castração é o processo cirúrgico que impede a reprodução dos animais, e, ao contrário do que muitos pensam, não causa sofrimento ao animal. Pelo contrário, é um procedimento simples e seguro, que traz benefícios tanto para o animal quanto para a comunidade. Estudos mostram que animais castrados tendem a viver mais e são menos propensos a desenvolver doenças como câncer de mama, próstata, e infecções uterinas.

Além dos benefícios para a saúde do animal, a castração também desempenha um papel crucial no controle populacional. Um casal de cães ou gatos não castrados pode gerar, em seis anos, mais de 60 mil descendentes. Esses números ressaltam a importância de ações preventivas para evitar o nascimento indesejado de filhotes que, muitas vezes, acabam abandonados nas ruas.

No Brasil, muitas prefeituras e ONGs oferecem programas de castração gratuita ou a preços acessíveis para famílias de baixa renda, o que tem contribuído para um aumento significativo no número de animais castrados. Segundo o Instituto Pet Brasil, em 2023, mais de 1 milhão de castrações foram realizadas em todo o país, um número que, embora significativo, ainda está longe do ideal para controlar a superpopulação. “Esse método, praticado hoje nas clínicas e prefeituras de todo o Brasil, permite realizar dezenas de cirurgias em um único dia, tornando o procedimento mais acessível”, observa Marco Ciampi, presidente da Arca Brasil.

Outro aspecto importante a ser considerado é a conscientização dos tutores. Ainda existem mitos e preconceitos sobre a castração que precisam ser desmistificados. Alguns acreditam que a castração altera o comportamento do animal de forma negativa, o que não é verdade. Pelo contrário, animais castrados tendem a ser mais calmos e menos propensos a comportamentos agressivos ou de marcação territorial.