ARTIGO

Das sombras à luiz


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Nossa jornada existencial pode ser compreendida, sob uma visão espiritualista e evolutiva, como uma transição das sombras da ignorância e primitivismo de onde proviemos para a luz da sabedoria e do amor a que nos destinamos. Nesse longo e complexo processo, que pouco compreendemos, parece que cada um estagia na faixa de experiências que corresponde ao seu nível de consciência, o que lhe constitui material de aprendizado. Como somos ao mesmo tempo atores e observadores dos movimentos da vida, aprendemos tanto com nossas experiências pessoais quanto do que assimilamos, direta ou indiretamente, dos demais.

Essa perspectiva de iluminação interior gradual e progressiva, essencialmente otimista, considera nossas imperfeições, desajustes e disfunções, sejam quais forem – chamadas de mal – como condições temporárias, a serem superadas conforme nosso amadurecimento interior e esforço individual.

Quando Jesus afirmou nossa natureza divina e nos convidou a manifestá-la (“Vós sois deuses”; “Brilhe vossa luz”), enfatizou nossa condição de seres espirituais temporariamente estagiando no mundo material, destinados à plenitude que ele veio anunciar. Suas afirmações, assim como as orientações de outros instrutores espirituais, nos estimulam a deixarmos as sombras em que temos permanecido, as quais nos têm trazido incontáveis sofrimentos, conhecidos em toda a história da humanidade.

Muitas têm sido as tentativas de nos ajudar a sair dos labirintos de ignorância, conflitos e dores em que temos nos perdido vezes sem conta, tentativas essas personificadas por aqueles que amorosamente dedicaram toda uma vida ao labor de instruir e educar, exemplificar e servir. Se atentássemos ao que esses seres nos têm ensinado, teríamos deixado para trás muitos dos comportamentos e atitudes que ainda dificultam nossa ascensão e comprometem nossa qualidade de vida. A fim de nos libertarmos de nossos condicionamentos inferiores e de nossa natureza instintiva, preceitos religiosos e orientações espirituais nos têm sido ofertadas, permitindo que gradualmente possamos descobrir, reconhecer e manifestar nossa essência, passando assim a expressar um viver mais saudável, harmonioso e feliz.

Aqueles que avançaram nessa caminhada, despertando seus potenciais e colocando-os a serviço do bem comum, revelaram-se capazes de realizações para nós extraordinárias. Muitos deles chegaram a ser reconhecidos, tornando-se objeto de respeito e admiração por parte daqueles com quem conviveram. Longe de qualquer intuito de idolatria ou de culto personalista, cremos que o conhecimento da vida desses seres pode se tornar inspirador para nossa autotransformação, motivando-nos e impulsionando-nos a seguir na mesma trilha de autorrealização.

Muitos são os caminhos e incontáveis as experiências pelas quais passamos no nosso (con)viver, e parece que o mais importante é o modo como experimentamos aquilo que nos sucede, pois podemos aproveitar as situações, por mais adversas se apresentem, como oportunidades de exercitar virtudes, aprender lições preciosas e fazer brilhar cada vez mais em nós a luz interior.

Quando aceitamos com gratidão as instruções espirituais que nos têm sido ofertadas e as praticamos com boa vontade, acendemos a luz que se encontra em todos, deixando de caminhar às cegas, passando a enxergar com maior clareza o percurso a realizar e os obstáculos a superar, com isso evitando desvios do caminho e seguindo as indicações que nos conduzem à plenitude que nos está destinada.

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