As Olimpíadas consagraram-se como festa da competição esportiva e da união entre os povos para a celebração de valores universais. Assim, os espetáculos de abertura dos jogos olímpicos costumavam gerar deleite, comoção, admiração e júbilo entre os diferentes povos que os presenciavam, in loco ou por televisão.
A abertura da Olimpíada francesa, ao contrário, gerou repúdio e indignação em grande número de pessoas. A França apresentou ao mundo uma ode ao “amor” supostamente inspirada na comédia italiana (Commedia dell’Arte) do Pierrô, Arlequim e Colombina, personagens conhecidos das celebrações do Carnaval, tanto de Veneza como do Brasil. No famoso trio amoroso italiano, Pierrô amava Colombina que, por sua vez, amava Arlequim, em uma sátira social histórica do amor não correspondido.
No espetáculo francês, a encenação se passou na Biblioteca Nacional da França, em Paris, com a citação de livros franceses como “O diabo no corpo” e “Os Amantes Magníficos”, entre outros. Protagonizaram três jovens encenando o que, depois, se revela como um trio amoroso: uma mulher e dois homens, um branco e um negro, os quais foram apresentados claramente como homossexuais. Desse modo, o Pierrô e o Arlequim franceses se entreolhavam o tempo todo, enquanto a Colombina era, na maior parte do tempo, colocada de escanteio como intrusa na encenação até que, ao final, a remissão foi a de que ela cederia ao “ménage à trois”, ou seja, à relação a três.
A exibição prosseguiu e, naquilo que supostamente seria uma homenagem às mulheres, as estátuas douradas foram as daquelas feministas francesas que lutaram pela legalização do “direito” ao aborto na França. Em resumo, na abertura da Olimpíada francesa a mulher apareceu retratada como fantoche de homens homossexuais e assassina de seus próprios filhos no ventre. Tudo a ver com o que se esperaria de um espetáculo esportivo…! Viva as conquistas do feminismo francês para as mulheres!
Por fim, o espetáculo fez clara referência ao mural “A Última Ceia” pintado por Leonado Da Vinci. Na versão francesa, entretanto, a Santa Ceia foi encenada por travestis (drag queens) representando os apóstolos e com a presença até de uma criança cercada pelos transexuais – seria alusão à pedofilia?
Após o repúdio e grande controvérsia gerada entre os cristãos, que contou com o protesto oficial da Igreja católica francesa e de líderes religiosos -protestantes e católicos- espalhados pelo mundo, o diretor artístico da cerimônia alegou que, na realidade, se inspirou no quadro “A Festa dos Deuses”, de Jan Harmensz van Bijlert, almejando retratar um grande festival pagão ligado aos deuses do Olimpo grego.
Ocorre que, observando-se a disposição dos travestis e da artista obesa que se intitula como “ativista feminista, antigordofobia e lésbica” e que ocupava o lugar central de Cristo na composição da encenação francesa, fica evidente a maior semelhança da distribuição dos elementos cênicos com a do mural de Da Vinci. Mas, de fato, somou-se à reprodução da Santa Ceia a figura do homem nu sobre a mesa que aparece servido como prato, representando Baco, o deus do vinho e da folia, para quem se realizavam grandes festivais conhecidos como bacanais, regados a muito vinho e orgias sexuais.
Como o maior evento esportivo do mundo pôde se transformar em palco de imposição da ideologia de gênero e profanação religiosa, gerando incontestável indignação e antagonismo entre os espectadores? A ideologia “woke” que incita à divisão por orientação sexual, racial e religiosa deliberadamente imposta pela extrema esquerda a fórceps na abertura dos jogos Olímpicos inegavelmente conseguiu aniquilar o espírito de união universal que os jogos, pela própria tradição, traziam à humanidade.