Com a crescente disponibilidade e o quase indiscriminado compartilhamento de informações, torna-se imprescindível e urgente discernir quanto à origem, veracidade, natureza e finalidade das mesmas.
Em uma época saturada de notícias falsas e maledicentes, frutos da ignorância tanto quanto da má-fé daqueles que as propagam, precisamos verificar a autenticidade e a utilidade das informações antes de as compartilharmos. Essa atitude, além de necessária, é uma das dimensões da cidadania que precisamos exercer, não somente no convívio com nossos semelhantes, mas igualmente nas redes sociais.
Qual a necessidade de incontáveis informações acerca de eventos infelizes, tragédias, crimes, guerras, corrupção, crises e conflitos? Contribuirão para nossa paz e a de nossos semelhantes? Protegerão nossa integridade psíquica ou nos tornarão mais felizes? Obviamente não somos adeptos da alienação em relação às ocorrências ao nosso redor, mas verificando a avalanche de informações desnecessárias, falsas, sensacionalistas e perturbadoras que procuram nos influenciar negativamente, precisamos estar vigilantes e usar o discernimento a fim de selecionarmos o que se mostre verdadeiro, útil e bom.
Devido à pressa, ansiedade e automatismo da comunicação contemporânea, tendemos a reproduzir e divulgar notícias sem uma prévia reflexão e sem avaliarmos os efeitos que poderão produzir naqueles aos quais as dirigimos. Além disso, tendemos a divulgar aquilo com que concordamos, ainda que expresse nossos preconceitos ou intenções menos dignas. Frequentemente nos sentimos representados por quem diz o que não teríamos coragem de dizer, ou que personifica e dá voz às projeções com que desejamos expurgar nossos fantasmas e demônios interiores. Esse mecanismo faz com que nos sintamos aliviados ao evidenciar comportamentos alheios infelizes, enquanto encobrimos ou justificamos os nossos. Com frequência temos nos utilizado desses procedimentos sem nos darmos conta das suas repercussões no equilíbrio emocional dos demais.
Além disso, vezes sem conta, inadvertidamente usamos a palavra de modo destrutivo em relação a pessoas, grupos e instituições; criticamos quem aguardava nosso estímulo; censuramos onde era esperada nossa palavra de apoio; falamos mal de quem esperava o bem de nossos lábios, ou ao menos nosso silêncio em respeito aos seus esforços, limitações ou dificuldades.
Na atual situação planetária encontramo-nos saturados de informações, muitas das quais inúteis e prejudiciais. Por isso, o discernimento e a lucidez tornam-se imperiosos, sob pena de propagarmos, ainda que de modo não intencional, aquilo que possa prejudicar nosso semelhante e nossos relacionamentos.
Infelizmente, significativa parcela das informações que nos chegam é filtrada, deturpada ou manipulada, a fim de sermos expostos àquilo que atenda a interesses indignos, tornando-nos consumidores inconscientes e inconsequentes, quando, ao contrário, precisamos estar cada vez mais atentos ao que lemos, ouvimos, compartilhamos e divulgamos, se temos a intenção de colaborar na edificação de um mundo melhor para todos, no qual a verdade e o bem se expressem de modo mais livre, atendendo aos sagrados propósitos da vida.
Quando tanto se fala da importância da educação, torna-se urgente também nos educarmos quanto ao uso que fazemos das ferramentas de comunicação ao nosso dispor, a fim de que se tornem instrumentos usados com finalidade construtiva, pacificadora e libertadora.
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