DESASTRE AMBIENTAL

Cetesb confirma: lançamento de usina matou peixes no Tanquã

Por André Thieful |
| Tempo de leitura: 2 min
Will Baldine/JP
Lançamento irregular provocou a morte de toneladas de peixes também  Tanquã
Lançamento irregular provocou a morte de toneladas de peixes também Tanquã

A Cetesb (Agência Ambiental do Estado de São Paulo) confirmou nesta terça-feira (16) que o lançamento de efluentes feito pela Usina São José, de Rio das Pedras, na semana de 7 de julho chegou ao Tanquã, área alagada conhecida como mini pantanal paulista, provocando a mortandade de toneladas de peixes como mostrou o Jornal de Piracicaba nesta segunda-feira (15).

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“Técnicos da Agência Ambiental de Piracicaba realizaram no último fim de semana, a medição de oxigênio (OD) no rio Piracicaba, na altura do Bairro de Tanquã e constataram baixo nível de oxigênio dissolvido, o que evidencia que a mancha de efluentes, lançada pela Usina São José S/A Açúcar e Álcool na semana passada, chegou a essa localidade e provocou a mortandade de peixes. Ontem (15), foi feita nova inspeção e medição de OD, no rio do Pinga, e constatou-se que a mancha de efluentes também chegou ao local”, explicou em nota ao Jornal de Piracicaba.

O Tanquã, que fica em APA (Área de Preservação Permanente), começou a ser afetado na sexta-feira (12). O Ministério Público, por meio do Gaema (Grupo de Ação Especial de Defesa do Meio Ambiente) informou que, após a reportagem do Jornal de Piracicaba, vai instaurar inquérito para investigar o caso.

Neste fim de semana e na manhã desta segunda-feira (15), inúmeros peixes mortos e buscando oxigênio na superfície foram vistos por pescadores da região. “Há 30 anos que eu moro aqui, pesco aqui, eu nunca vi nada parecido, é incalculável. Nem os pássaros, nem os urubus estão comendo esses peixes. Esse peixe vai apodrecer, vai feder e a gente não tem o que fazer, como vai tirar todos esses peixes daqui, não tem o que fazer”, disse o pescador José Benedito, conhecido como Paraná.

Segundo ele, os peixes mortos são das espécies corimba, sardela, pacu, traíra, dourado, mandi, corvina, lambari, piapara. “Um peixe pra ficar desse tamanho aqui leva cerca de quatro a cinco anos na natureza”, disse referindo-se a peixes de cerca de quatro quilos. Para ele, a recuperação da quantidade natural de peixes do rio Piracicaba pode demorar até dez anos. O pescador diz que a maioria dos peixes mortos é natural do Tanquã. “Morreu muito peixe daqui, quando foi chegando o veneno, eles estavam embaixo da vegetação e eles começaram a sair, mas começaram a morrer”, diz.

O derramamento notado no domingo, 7 de julho, ocorreu no Ribeirão Tijuco Preto e chegou ao rio Piracicaba, onde provocou a mortandade de toneladas de peixes. Em apenas um dia, uma força-tarefa criada pela Prefeitura recolheu três tonelada em um pequeno trecho do rio em sua extensão urbana.

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