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Jogo do Tigrinho: saiba os perigos do vício em apostas e jogos

Por Da Redação | Jornal de Piracicaba
| Tempo de leitura: 2 min
Roberto Gardinalli/JP

A enfermeira de Piracicaba, Gabriely Sabino, encontrada no último dia 21 de junho após uma semana desaparecida, revelou ter fugido devido a dívidas contraídas no "jogo do tigrinho", um caça-níquel online. Apenas quatro dias depois, dois influenciadores digitais foram presos em Alagoas, suspeitos de divulgar ganhos falsos e atrair jogadores para o mesmo jogo. Esses casos destacam a crescente disseminação desse tipo de aposta no Brasil, representando um desafio para autoridades policiais e profissionais de saúde.

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No Maranhão, influenciadores foram presos no ano passado pelo mesmo motivo, e a polícia investigou suicídios relacionados a perdas financeiras no jogo. Em um ano, o "Fortune Tiger", nome original do chamado “Jogo do Tigrinho”, desenvolvido pela empresa maltesa PG Soft, popularizou-se nas redes sociais, com jogadores relatando vício e problemas financeiros.

O site Reclame Aqui registra inúmeras reclamações sobre o jogo, com usuários relatando perdas financeiras e alegando que o jogo é manipulado para favorecer a perda. Um relato destaca uma usuária que buscou tratamento para compulsão após afundar em dívidas.

Para psiquiatras e estudiosos da área, a dependência gerada pelo jogo deve ser vista como um problema de saúde pública. Os jogos de azar ativam o sistema de recompensa cerebral, criando um ciclo vicioso que aumenta o desejo por mais riscos e apostas. Pesquisa da Universidade de Nevada em 2008 já apontava a aposta online como mais viciante que em cassinos.

Segundo especialistas, o "Fortune Tiger" usa um design manipulativo mais agressivo, atraindo principalmente jovens. A legislação brasileira considera o vício em apostas uma doença, mas a fiscalização é difícil, pois muitos desses jogos estão sediados em paraísos fiscais.

Crianças e adolescentes também são alvo desse esquema, com influenciadores mirins promovendo o jogo. O Instituto Alana denunciou a Meta ao Ministério Público de São Paulo por permitir essa publicidade, enfatizando o risco aumentado de dependência nesse público.

A Meta afirmou que não permite conteúdo voltado a menores de 18 anos promovendo jogos online com valores monetários, removendo tais posts quando identificados. No entanto, a plataforma enfrenta desafios para garantir um ambiente seguro. Jogos de azar são ilegais no Brasil, mas as plataformas online muitas vezes escapam da fiscalização. Influenciadores presos por promover o jogo são investigados por crimes como pirâmide financeira, propaganda enganosa e estelionato.

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