HISTÓRIA

Monumento dos imigrantes italianos em Piracicaba toma forma

Por Roberto Gardinalli | roberto.gardinalli@jpjornal.com.br
| Tempo de leitura: 3 min
Divulgação

Em memória aos 150 anos da imigração italiana no Brasil, os ítalo-descendentes de Piracicaba vão erguer um monumento em homenagem àqueles que deixaram sua terra natal para tentar a vida em outro continente e ajudaram a dar vida à “Noiva da Colina”. A obra será assinada pelo empresário e artista plástico Palmiro Romani, que desenhou o projeto e o doou à Società Italiana de Mutuo Soccorso di Piracicaba. O local de instalação do monumento ainda está em estudo e deve ser aprovado pela Prefeitura de Piracicaba. A inauguração, porém, está prevista para outubro de 2024.

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Segundo Romani, a ideia da obra foi concebida depois de estudos sobre o cenário da imigração em Piracicaba. O resultado foi um monumento minimalista, que destaca as mãos trabalhadores dos italianos, um cajado, que simboliza o apoio no cansaço e uma mala, que carregava poucos pertences dos imigrantes, mas trazia, também, os sonhos de cada um deles. “A mala de mão é a síntese da aventura, porque muitos italianos chegaram sem nenhum pertence, na fé de que encontrariam tudo no Brasil, um novo mundo, terra do ouro, do alimento farto, o paraíso”, explicou.

Segundo ele, o cansaço da travessia, a busca por um ponto de apoio diante da insegurança, estão representados pelo cajado, que da terra se eleva como indicador ao divino. As mãos firmes seguram a mala e o cajado. Com isso, Romani conseguiu criar um clima ao mesmo tempo tenso, mas também de esperança. “Não criei um protótipo de italiano, porque ali poderia estar um homem, uma mulher ou até uma criança. Eram inúmeros os casos. Optei por algo sintético e abrangente, que captasse a força do processo, a emoção diante de uma nova porta que se abria. A força desse processo é a fé e o sonho por dias melhores para todos”, completou.

O executor do projeto será o empresário Euclides Baraldi Libardi, dono da Fundiart, filho de italianos, que trouxe para Piracicaba a cultura da fundição artística, cuja empresa é reconhecida mundialmente. “Como estou sempre envolvido com objetos de arte, entendo que a obra de Palmiro Romani tem uma boa concepção e vai ficar bonita e bem representativa. A mala, as mãos e o cajado serão de bronze, bem como o mastro das bandeiras do Brasil e da Itália. Somente as bandeiras, propriamente ditas, serão de alumínio”, disse Libardi.

A previsão é a de que o monumento fique pronto em outubro, e terá gravado na placa da homenagem o nome dos descendentes de italiano de Piracicaba que colaborarem com o projeto. “Queremos pessoas físicas, famílias de ítalo-descendentes envolvidas nessa missão, por isso temos insistido nas palavras sensibilidade e colaboração”, diz o presidente da Società Italiana di Mutuo Socorso di Piracicaba, Juliano Meneghel Dorizotto. “Quem estiver interessado e puder contribuir, é só entrar em contato com a Società Italiana, o que deve ser feito até, mais tardar, no final de agosto. Estamos de braços abertos para formarmos a corrente que consolida esta trajetória de 150 anos e se sintetiza no monumento à italianidade”, concluiu.

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