ARTIGO

Desafios da Gestão Pública Diante da População Idosa Crescente no


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Frequentemente depois de meus últimos artigos no Jornal tenho recebido sugestões do que na minha visão poderia ser feito nas cidades e no Brasil frente ao envelhecimento populacional. A expectativa de vida crescente e a redução das taxas de natalidade apontam para um aumento expressivo da população idosa nas próximas décadas e isso já está acontecendo. Esta transição demográfica exige uma revisão profunda nas políticas públicas e na infraestrutura das cidades, com impacto direto no sistema de saúde. Afinal, será que estamos preparados para nossos idosos?

É essencial que as cidades se tornem mais acessíveis e inclusivas para os idosos. A mobilidade urbana deve ser repensada, garantindo calçadas adequadas, rampas, sinalização clara e transporte público acessível.  A falta dessas adaptações pode limitar a autonomia dos idosos, aumentando a dependência de terceiros e a demanda por serviços de saúde e assistência social. E como já falado anteriormente, educação no trânsito porque ter condutor de carros acelerando ao ver um idoso atravessar a rua é quase como uma tentativa de homicídio doloso como já presenciei por ai.

A urbanização deve considerar espaços de convivência e atividades físicas, fundamentais para a saúde física e mental dos idosos. Parques, centros comunitários e academias ao ar livre são investimentos que promovem um envelhecimento ativo, prevenindo doenças crônicas e melhorando a qualidade de vida. A USP na Esalq tem feito um belíssimo trabalho neste sentido. Procurem saber mais sobre isso no instagram @scpraes_usp. No entanto, a implementação desses espaços deve ser acompanhada de programas educativos que incentivem seu uso e conscientizem sobre os benefícios da atividade física regular.

O sistema de saúde enfrenta o desafio de se adaptar às necessidades de uma população idosa, que demanda maior acompanhamento médico e possui alta prevalência de doenças crônicas como diabetes, hipertensão e Alzheimer. A formação e capacitação de profissionais de saúde especializados em geriatria e gerontologia são cruciais. Além disso, a integração entre os serviços de saúde e a assistência social precisa ser aprimorada, promovendo um atendimento holístico que aborde não apenas questões físicas, mas também emocionais e sociais.

A tecnologia também pode ser uma aliada na gestão da saúde do idoso. A telemedicina, por exemplo, oferece a possibilidade de monitoramento remoto e consultas online, facilitando o acesso a cuidados médicos e reduzindo a necessidade de deslocamento. No entanto, é necessário garantir que os idosos tenham acesso às tecnologias e saibam utilizá-las, o que implica em políticas de inclusão digital.

Os gestores públicos devem considerar ainda a sustentabilidade financeira do sistema de saúde. O aumento da longevidade implica em um período maior de aposentadoria e maior demanda por serviços de saúde, o que pode sobrecarregar o orçamento público. Políticas de prevenção e promoção da saúde, portanto, são investimentos de longo prazo que podem reduzir custos com tratamentos e hospitalizações. Idoso saudável gasta menos no próprio bolso e do sistema público também.

A convivência intergeracional é outro aspecto importante. Iniciativas que promovem a interação entre jovens e idosos podem fortalecer os vínculos comunitários, reduzir a solidão e promover a troca de conhecimentos e experiências, beneficiando ambas as gerações. Tem “novinho ou novinha” que acha que nunca vai envelhecer...ledo engano.

Os desafios impostos pelo envelhecimento populacional no Brasil requerem uma abordagem multifacetada e integrada. Os gestores urbanos têm a responsabilidade de liderar essas transformações, garantindo um futuro mais inclusivo e sustentável para todos. É projetado que, por volta de 2050 segundo o IBGE, o número de idosos ultrapassará o número de jovens (pessoas com até 14 anos). Já está ai batendo a nossa porta! Tomara que dê certo! Até a próxima!

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