Segundo o JP mostrou, ocorreram 334 incêndios em vegetação em Piracicaba no ano de 2023, e 182 em 2024 até agora, metade do ano. “Embora não seja possível evitar ocorrências de fenômenos naturais pode-se, por meio de medidas de prevenção e preparação, minimizar seus efeitos para que não se tornem um grande desastre, pois isso salva vidas e resguarda o patrimônio público e privado”, afirma a PM Deborah Meireles, do Corpo de Bombeiros.

Além do prefeito, estiveram presentes na reunião a secretária de Governo, Tassia Espego (Segov); a secretária de Agricultura e Abastecimento (Sema), Nancy Thame; o secretário executivo da Defesa Civil, Odair Mello; e representantes do Corpo de Bombeiros, das usinas Raízen e São Martinho, e da Coplacana (Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo).

O prefeito destacou a preocupação com o período de estiagem na região, que este ano, com a baixa umidade provocada pela escassez de chuvas e a previsão de um período mais extenso de estiagem, aumenta o risco de incidência de incêndios que podem atingir rapidamente grandes áreas.

“É por isso que eu quis reunir todos aqui hoje, para conhecer a estrutura de cada empresa, as dificuldades das instituições no combate a incêndios, para somarmos esforços nesse monitoramento da região e, se possível, compartilharmos estratégias para isso”, disse Luciano.

Ao final da reunião, o Executivo se comprometeu a reforçar as campanhas de conscientização nos bairros, incluindo o tema nas reuniões do Programa de Zeladoria Comunitária, e reforçar a fiscalização de terrenos e na área rural feita pelo Pelotão Ambiental e pela Secretaria de Meio Ambiente e Infraestrutura (Simap).

Também foi destacada a presença da Defesa Civil nas reuniões do PAM (Plano de Auxílio Mútuo) organizadas pelo Corpo de Bombeiros e que incluem o planejamento de ações contra incêndios, e foi feito um convite para a participação das empresas no compartilhamento de ações e estratégias de comunicação entre poder público e setor privado para o rápido controle do fogo em caso de incêndios.

Piracicaba entra em emergência e alerta severo

Desde a manhã de terça-feira (18), Piracicaba recebeu um alerta severo de incêndio Florestal da Defesa Civil estadual. Este alerta foi emitido devido às condições climáticas atuais e a baixa umidade do ar, diagnosticados através do Mapa de Risco de Incêndios elaborado pelo Centro de Gerenciamento de Emergência da Defesa Civil.

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Esse mapa é uma ferramenta tecnológica que auxilia no monitoramento de queimadas em vegetação durante o período da estiagem. O software funciona 24 horas por dia e é feito a partir de algoritmos que compilam dados sobre elementos como o nível de chuva dos últimos dias, cobertura vegetal, umidade do ar e do solo, temperatura e velocidade do vento. Deste modo, ele disponibiliza uma previsão para os próximos 5 dias. A escala possui 4 níveis e vai do risco baixo (cor amarela) ao risco emergência (cor roxa) – que é o que se encontra Piracicaba os próximos 5 dias.

De acordo com o Major Vagner Martins, porta-voz da Defesa Civil do Estado de São Paulo, “é um momento que requer muita atenção da população, no sentido de que já estamos com pouco indice de chuvas, então requer que nós passemos a nos hidratar mais, […] evitar fazer qualquer tipo de fogueira. Eu sei que é um mês de Festas Juninas, e é comum querermos comemorar com soltura de balões e fogos de artifício, mas não é recomendado que seja feito isso. Lembrando que o balão é um perigo muito grande pra incêndio, além de ser uma conduta criminosa.”

O engenheiro florestal e consultor florestal do projeto de reflorestamento Corredor Caipira, patrocinado pela Petrobras, destaca a calamidade climática atual: “As condições climáticas que estamos vivenciando aqui em Piracicaba ao longo de 2024 e, especificamente nessa semana, são atípicas em relação ao que nós tínhamos de informações coletadas ao longo de mais 100 anos na estação meteorológica da Esalq. […] Ano a ano estamos experimentando uma sensação térmica mais alta e este ano, especificamente, nós estamos com um ano mais seco do que o normal. A estação chuvosa que se encerrou em março, abril, foi bem aquém do que esperamos normalmente pra essa época e esses alertas da Defesa Civil refletem essas condições”.

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