Como tudo está em movimento, nesta crônica vamos falar deles.
No universo da visão, existe duas realidades distintas: o estar em movimento e o permanecer parado. O olho humano, com sua complexidade e capacidade de perceber o mundo ao seu redor, é a personificação do movimento. Em contraste, o olho de vidro, estático e inerte, representa a estagnação.
As diferenças entre um olho de vidro e um olho humano vão além da aparência física, quando alguém por algum motivo ficou sem um globo ocular. Enquanto o olho humano é dotado de uma intricada rede de células fotorreceptoras e nervos ópticos, capazes de captar a luz e transmitir impulsos elétricos para o cérebro, o olho de vidro é uma simples prótese, incapaz de desempenhar qualquer função visual.
Nessa dicotomia entre "ver" e "enxergar", reside uma distinção importante. Desta forma "ver" se refere à simples percepção visual de objetos e formas; "enxergar" implica em compreender e interpretar o que se vê. Para os cegos, que não têm o privilégio da visão, o ato de enxergar transcende os limites físicos dos olhos, sendo complementado pelos outros sentidos – audição, tato, olfato e paladar.
O processo de visão no cérebro humano é complexo e multifacetado. Quando enxergamos, não apenas recebemos estímulos visuais, mas também os interpretamos e atribuímos significado a eles. O enxergar, portanto, está intrinsecamente ligado ao processamento cognitivo, sendo uma experiência mais abrangente do que simplesmente receber estímulos visuais.
No contexto do mundo virtual, o enxergar está mais próximo do que é virtual do que o simples ato de ver. Isso porque a virtualidade não se limita à percepção visual, mas também engloba a interação e a interpretação dos dados virtuais.
Na esfera política, a questão da visão e do enxergar assume um papel crucial. No entanto os políticos podem "ver" os problemas sociais e econômicos, e para isso é necessário que eles também "enxerguem" as causas subjacentes e proponham soluções eficazes.
Quando comparamos o ver e o enxergar, a eficácia varia dependendo do contexto. Em situações onde ambos estão presentes, como no processo de tomada de decisões políticas, a combinação de ver e enxergar geralmente resulta em uma solução mais abrangente e eficaz.
O advento do mundo virtual traz consigo uma série de perigos e desafios. A propagação de informações falsas e a manipulação da opinião pública são apenas alguns exemplos dos riscos que o virtual popular pode apresentar. Além disso, o uso excessivo do mundo virtual pode levar ao isolamento social e à alienação da realidade. À medida que nos aventuramos cada vez mais no mundo virtual, se tornam mais distantes os governantes dos governados. Afinal, o olho de vidro não vê, mas o enxergar vai além das limitações físicas, nos permitindo compreender e interpretar o mundo ao nosso redor, tanto no plano físico quanto no virtual.
Portanto, a impressão que se tem, é que o nosso país está cego porque usa o olho de vidro não enxerga e fica tudo estagnado.
Para isso, devemos estar com um olho no peixe e outro no gato.
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