RISCOS

Ter dengue mais de uma vez pode ser fatal: entenda porque

dengue é uma doença transmitida por quatro sorotipos de um mesmo vírus

Por Da Redação | 22/04/2024 | Tempo de leitura: 3 min

Freepik

A gravidade da doença depende não só da imunidade adquirida anteriormente, mas também da própria genética do vírus
A gravidade da doença depende não só da imunidade adquirida anteriormente, mas também da própria genética do vírus

A dengue é uma doença transmitida por quatro sorotipos de um mesmo vírus, que podem infectar humanos por meio da picada do mosquito Aedes aegypti. Na maioria dos casos, a doença se manifesta de forma assintomática ou leve, com sintomas passageiros que melhoram em até duas semanas, graças aos anticorpos produzidos pelo organismo e à resposta celular. Os anticorpos e as células de defesa garantem proteção contra infecções futuras por aquele sorotipo que provocou a enfermidade, mas a pessoa continua suscetível aos outros três tipos do vírus. As informações são do Instituto Butantan.

E é exatamente a segunda infecção que mais preocupa os especialistas em relação à dengue, pois a chance de desenvolver uma doença grave aumenta consideravelmente. Décadas de pesquisas apontam que uma das principais razões para esse risco aumentado é o próprio sistema imune. Durante a reinfecção, os anticorpos específicos para o sorotipo antigo até reconhecem e se ligam ao novo tipo, mas muitas vezes não são capazes de neutralizá-lo. Com isso, acabam fazendo o oposto, ajudando o vírus a entrar nas células e se replicar.

Leia mais:

“Anticorpos que não neutralizam podem, na verdade, piorar o quadro da dengue.Isso pode contribuir para que o indivíduo fique mais doente”, diz a especialista em dengue e revisora científica do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH, na sigla em inglês) Anuja Mathew.

Isso explica por que a comunidade científica internacional estabeleceu que uma vacina contra a dengue precisa ser tetravalente – como a candidata vacinal do Butantan, desenvolvida em parceria com o NIH.

Fatores de risco

A gravidade da doença depende não só da imunidade adquirida anteriormente, mas também da própria genética do vírus. Anuja Mathew destaca, ainda, que existem outros diversos fatores que podem fazer uma pessoa ficar mais doente que outra, como fatores genéticos, comorbidades e questões nutricionais. “Não existe uma única resposta e as razões podem variar de indivíduo para indivíduo. Em um país endêmico como o Brasil, onde as pessoas estão constantemente expostas, a chance de ter uma doença grave aumenta”, diz.

Como saber se o caso é grave

Geralmente, nas doenças virais, os sintomas pioram no pico da replicação do vírus, ou seja, quando há mais vírus circulando no organismo. Mas, no caso da dengue, acontece o oposto: o paciente pode apresentar uma “falsa melhora” e, depois, a doença piora. “Inicialmente, na segunda infecção, o indivíduo pode ter sintomas por alguns dias e depois começar a se sentir melhor. Mas é quando a febre e a carga viral diminuem que o quadro pode se agravar. A hemorragia, marca registrada da dengue, ocorre quando o vírus já não é detectado na circulação”, explica Anuja.

Por isso, é importante conhecer os chamados sinais de alerta. No início, a dengue pode causar febre alta, dores no corpo e atrás dos olhos, vermelhidão na pele e fadiga. No entanto, se o paciente começa a ter sintomas como dor abdominal intensa, vômitos persistentes ou com sangue, sangramento de mucosas, palidez, queda da temperatura do corpo, entre outros, é necessário atendimento médico com urgência para evitar complicações mais graves, como hemorragias, colapso circulatório e falência dos órgãos.

Clique para receber as principais notícias da cidade pelo WhatsApp.

Siga o Canal do JP no WhatsApp para mais conteúdo.

...

COMENTÁRIOS

A responsabilidade pelos comentários é exclusiva dos respectivos autores. Por isso, os leitores e usuários desse canal encontram-se sujeitos às condições de uso do portal de internet do Portal SAMPI e se comprometem a respeitar o código de Conduta On-line do SAMPI.