ARTIGO

Insônia na velhice e exercícios

22/04/2024 | Tempo de leitura: 3 min

Foto: reprodução Pexels

Recentemente, após uma aula de personal, um aluno relatou que, após um mês, o que ele sentiu que realmente melhorou em seu corpo foi a insônia, e que ele creditava isso ao papel regular dos exercícios.

A insônia é um transtorno do sono que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, e à medida que envelhecemos, isso pode ser aumentado. A população idosa frequentemente apresenta distúrbios do sono devido a vários fatores, como alterações nos ritmos circadianos, condições médicas e uso de medicamentos. A insônia pode levar a significativas interferências no funcionamento diurno, aumento do risco de quedas e diminuição da qualidade de vida, afetando cerca de 20% dessa população.

Em um recente estudo publicado no periódico "Revista Espanola de Geriatria y Gerontologia", intitulado “Effects of physical exercise on sleep quality, insomnia, and daytime sleepiness in the elderly: A literature review”, mostra como a prática de exercícios físicos pode contribuir para que idosos tenham um sono melhor, combatendo a insônia e a sonolência diurna.

As consequências da insônia na terceira idade podem ser ruins como Interferências significativas no funcionamento diurno gerando  Dificuldade de concentração, fadiga crônica e irritabilidade constante se tornam companheiros indesejados no dia a dia. Além disso um auumento do risco de quedas já que a  sonolência diurna e a desorientação elevam o risco de acidentes domésticos, comprometendo a segurança e a independência do idoso.E por ultimo a diminuição da qualidade de vida pois a privação do sono mina a saúde física e mental, afetando negativamente o humor, a disposição e a capacidade de aproveitar os prazeres da vida.

A prática regular de exercícios físicos estimula a produção de serotonina e melatonina no cérebro, neurotransmissores que desempenham um papel crucial na regulação do sono.

O estresse e a ansiedade são fatores que também frequentemente contribuem para a insônia. Os exercícios físicos atuam como um relaxante natural, liberando endorfinas, que possuem propriedades analgésicas e ansiolíticas, promovendo uma sensação de bem-estar e reduzindo os níveis de cortisol, o hormônio do estresse.

Além disso, os exercícios físicos podem aumentar a quantidade de sono profundo, o estágio mais restaurador do sono, que é essencial para a recuperação física e mental.

Muitos dos meus leitores já sabem que os exercícios devem ser adaptados à capacidade física do idoso, começando com atividades leves e aumentando gradualmente a intensidade e a duração ao longo do tempo.

É recomendável evitar exercícios físicos muito próximos da hora de dormir, pois podem ter um efeito estimulante. Isso já está acontecendo comigo aos 43 anos. Eu era tão bom em dormir depois de uma corrida intensa na época da universidade. Hoje, fico agitado.

Para uma boa noite de sono devemos ter o cuidado de criar um ambiente propício para o sono além de evitar cafeína e álcool a noite, tentar relaxar antes de dormir e não usar aparelhos celulares e evitar cochilos durante o dia.

O exercício é uma das chaves para a melhora da insônia em idosos. Os mecanismos fisiológicos pelos quais o exercício melhora a insônia são complexos e envolvem alterações nos ritmos circadianos, níveis hormonais, inflamação, humor e aptidão física. Já recebi alunos relatando que médicos estão recomendando exercícios para melhorar o sono, já que possui numerosos benefícios além da melhora da qualidade do sono. E você, tem bom sono? Até a próxima!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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