Uma cota desconhecida de antecipação de valores da venda do zagueiro Lucas Beraldo ao Paris Saint-German motivou o afastamento do empresário Luís Guilherme Schnor da presidente do XV de Piracicaba. A decisão foi tomada pelo Conselho Deliberativo do clube em reunião extraordinária ocorrida na noite desta terça-feira (16).

Oficialmente, o conselho alegou falta de transparência de informações da gestão, mas o JP apurou que o afastamento está relacionado a um sistema de cotas criado em dezembro do ano passado para antecipar recursos que seriam captados com a venda do atleta, que já atuava pelo São Paulo.

Ocorre que o Conselho tinha conhecimento de quatro cotas negociadas até dezembro (ou três cotas e duas de meia cota) – antes da venda ao PSG - cada uma no valor de R$ 500 mil por 1% do passe do jogador. Mas uma 5ª cota, intermediada diretamente pelo presidente e até então desconhecida pelo Conselho, foi liberada pelo banco. “A questão não é o que foi feito, foi ele não ter falado publicamente que havia feito essa negociação. Depois de concretizada a venda, o banco mandou o dinheiro”, disse o conselheiro Felipe Jorge Dario.

Nesta quarta-feira (17) à tarde, Schnor convocou a imprensa para falar sobre a sua saída. Ele entende que foi dado muita dimensão para o assunto. “Foi criada desinformação sobre quantas cotas foram vendidas. A questão não é quantas cotas foram vendidas e sim quanto é necessário”, disse. Além do afastamento, o Conselho impediu Schnor de concorrer a qualquer cargo eletivo no clube por cinco anos. Apesar das decisões desfavoráveis, Schnor disse que não vai recorrer judicialmente.

Por conta do afastamento, o vice-presidente Rodolfo Norivaldo Geraldi assumiu a presidência do clube. “Confiamos que o Sr. Rodolfo Geraldi conduzirá os trabalhos com a dedicação e o zelo necessários para o progresso contínuo de nosso clube”, diz nota do Conselho enviada à imprensa.

NEGOCIAÇÃO