VIDA ANIMAL

Gambá, saruê ou raposinha: não maltrate! Esses animais são importantes à natureza

Quando vão para locais urbanos, procuram alimentar-se de ovos, aves domésticas e de resíduos orgânicos

Por Nani Camargo | 12/04/2024 | Tempo de leitura: 3 min

Foto: Portal da Zoologia

Os gambás pertencem à família dos marsupiais; a espécie de orelha-branca, Didelphis albiventris, é a mais conhecida
Os gambás pertencem à família dos marsupiais; a espécie de orelha-branca, Didelphis albiventris, é a mais conhecida

Os gambás pertencem à família dos marsupiais. Chamados também de saruê ou raposinha, esses animais sofrem preconceito: são confundidos com ratos e, muitas vezes, os humanos acham que são sujos porque soltam um cheiro ruim. Mas essa questão do cheiro exige uma explicação: "gambás não soltam cheiro ruim, a jeritataca é que solta um cheiro horrível. A questão é que os gambás, quando fazem cocô, eles sapateiam em cima das fezes e a calda acaba entrando em contato com o cocô e aí vem o cheiro", explica Ana Carla Medeiros Morato de Aquino, bióloga formada pela USP de Ribeirão Preto.

Há muito saruê em Piracicaba. "A crescente fragmentação dos remanescentes de mata nos arredores da cidade tem causado a aproximação dos gambás às áreas urbanas. A restrição de sua área domiciliar; a redução de seus predadores naturais como aves de rapina e felinos, o sucesso reprodutivo da espécie cujos filhotes permanecem protegidos na bolsa e a grande facilidade de adaptação ao meio urbano, são os principais motivos do aumento da população de gambás nas áreas urbanas", cita a Secretaria Estadual de Meio Ambiente

Por meio da urina pode transmitir doenças como a leptospirose e por meio das fezes transmitem verminoses. Caso mordam, podem transmitir a raiva. É importante desinfetar os locais onde o gambá tenha passado com água, sabão e álcool. "Eles transmitem raiva sim, qualquer mamífero transmite raiva, não é só gato, cachorro ou morcego. E é importante frisar que se um deles aparecer em nossa casa, é bom não tocá-lo, pois eles modem morder e transmitir doenças bacterianas. O ideal é chamar um veterinário ou um órgão ambiental da sua cidade", diz Ana Carla. Não mate gambás! Eles são muito importantes para a natureza. "Caçam invertebrados, comem escorpiões, insetos e até ratos. E são grandes polinizadores importantes para semear sementes", afirma.

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As mamães carregam seus filhores nas bolsinha e quando está cheia de filhotes, até nas costas eles são transportados. "São parentes dos cangurus e dos coalas".

Quando vão para locais urbanos, esses animais procuram alimentar-se de ovos e aves domésticas e de resíduos orgânicos (sobras da alimentação humana e de animais domésticos). Geralmente, um gambá pode entrar numa residência em busca de algum alimento, proveniente de um lixo mal acondicionado ou sobras de ração nos comedouros de cães e gatos. Outra razão é a procura de um local tranquilo e considerado seguro, para fazer um ninho, como os forros das residências.

Para evitar esse hóspede, recomenda-se vedar aberturas, entre telhados e forros da casa, acondicionar o lixo corretamente e retirar sobras de rações. Se o gambá estiver no quintal e houver vegetação ou árvores próximas, o morador pode colocar alguma madeira, simulando uma escada, para facilitar a sua saída, cita a secretaria.

Não é recomendável acuar o animal, o ideal é que ele encontre o caminho para fuga. Por hábito, o gambá pode procurar um canto mais escuro, para se esconder e quando escurecer sair com maior facilidade e segurança, por enxergar melhor no escuro e ter hábitos noturnos.

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