SAÚDE

Cirurgia feita na Santa Casa de Piracicaba pode diminuir sintomas do Parkinson

Resultados de operação ajudam a melhorar a qualidade de vida dos pacientes

Por Roberto Gardinalli | 10/04/2024 | Tempo de leitura: 3 min
roberto.gardinalli@jpjornal.com.br

Divulgação/Santa Casa de Piracicaba

O Parkinson é uma doença conhecida pelo tremor característico que surge nos dedos das mãos e dos pés, e que pode atingir outras partes do corpo, como o maxilar. Mesmo que seja uma doença incurável e com um nome que assusta, mesmo com o diagnóstico, os pacientes ainda podem viver com qualidade de vida, mesmo quando os medicamentos começam a perder a eficácia. Os sintomas podem ser controlados por meio de uma cirurgia, conhecida como Estimulação Cerebral Profunda (DBS, na sigla em inglês), que já foi realizada com sucesso na Santa Casa de Piracicaba.

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Segundo o neurocirurgião José Zeraick Neto, a operação tem como objetivo implantar um pequeno estimulador, que envia sinais elétricos por eletrodos colocados em uma região específica do cérebro. O estímulo, segundo o médico, melhora a função motora e ajuda a reduzir os sintomas clássicos da doença, como tremores, lentidão e rigidez. “Temos equipes médicas e de imagem especialmente treinadas para implantar cirurgicamente um pequeno dispositivo chamado estimulador, que envia sinais elétricos através de eletrodos colocados em uma região específica do cérebro para melhorar a função motora, reduzir sintomas como tremores, lentidão e rigidez, podendo transformar a vida de muitos pacientes”, disse o médico.

O procedimento foi realizado pela primeira vez na Santa Casa em 2021. Desde então, quatro procedimentos similares já foram feitos. “Pesquisa revela que 96% das pessoas que receberam o DBS afirmam que realizariam o procedimento novamente; 70% dos pacientes com tremor relataram uma redução média de 70% dos sintomas, dependendo do tipo e localização; com melhora significativa na função motora sustentada por pelo menos cinco anos”, relatou o neurocirurgião.

CONSCIENTIZAÇÃO
O Parkinson é uma doença neurológica progressiva, que atinge uma região do cérebro conhecida como substância negra. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), 1% da população mundial acima dos 65 anos sofre com a doença. O Parkinson é a segunda condição neurodegenerativa mais comum entre pessoas idosas, atrás somente do Alzheimer. Por conta disso, a OMS instituiu o dia 11 de abril como o Dia Mundial de Conscientização da Doença de Parkinson. No Brasil, o dia 4 de abril é lembrado como o Dia Nacional do Portador de Parkinson.

De acordo com Zeraick, a doença de Parkinson não é a mesma em todas as pessoas, porém a história de quem é acometido por esta condição consiste no aumento gradual dos tremores, maior lentidão de movimentos, caminhar arrastando os pés, postura inclinada para frente. “O tremor afeta os dedos ou as mãos, mas pode também afetar o queixo, a cabeça ou os pés”, explica. O diagnóstico é feito por um exame neurológico e avaliação do histórico do paciente.

O neurocirurgião esclarece que, apesar de não exames laboratoriais ou de imagem que sejam definitivos para a doença de Parkinson, alguns exames como a cintilografia cerebral com marcador do transportador de dopamina e a ultrassonografia da substância negra podem auxiliar no diagnóstico.

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