Ave Cézar, os que vão morrer te saúdam.
Com o conceito da frase romana e o “Oh ganância, os que vão nascer te condenam”, introduzimos nossa crônica olhando para épocas distantes mas, quando colocadas em paralelo, vislumbram o “morrer para serem salvos” e o “nascer para serem condenados”.
A chamada da consciência ambiental coincide em tempos do império romano com os tempos atuais.
A frase: “Ave Cézar, os que vão morrer te saúdam”, dita naquele tempo “Ave Caesar, qui moriture salutant”, ecoa pelos corredores do Coliseu de Roma, saudando o Imperador enquanto os gladiadores lutavam até a morte em nome do entretenimento.
Esta citação “Ave Cézar, os que vão morrer te saudam”, resumia a brutalidade e a ganância da época, onde vidas romanas eram sacrificadas em prol do poder e da diversão.
Hoje, séculos depois, o clamor é outro. “Oh ganância, os que vão nascer te condenam”. Uma frase que reflete a crescente preocupação com a destruição do meio ambiente em nome do lucro e do progresso desenfreado, produto de um sistema capitalista selvagem, que exige crescimento a todo custo.
A ganância que uma vez alimentou o espetáculo sanguinário do Coliseu de Roma, agora ameaça o próprio futuro da humanidade. Enquanto o Coliseu testemunhava batalhas épicas entre homens e animais, e lutas mortais entre homens.
O desmatamento voraz, o degelo das geleiras e a poluição descontrolada são os novos inimigos que enfrentamos, e as consequências dessa ganância estão se tornando cada vez mais evidentes.
Mas, assim como no passado, há aqueles que se levantam em defesa da causa. Al Gore, o Greenpeace e uma miríade de artistas e cientistas, tem sido vozes poderosas na luta pela conscientização ambiental. Suas vozes ressoam por mudanças urgentes em nossos comportamentos e políticas.
Para frear a destruição ambiental, medidas drásticas são necessárias. A implementação de políticas devem ser rigorosas, com investimentos em energias renováveis e adesão de práticas sustentáveis em todas as áreas da vida, são passos essenciais.
O combate ao desmatamento requer a proteção de florestas vitais como a Amazônia, o degelo exige uma abordagem global para reduzir as emissões de gás carbônico.
A esperança não está perdida, já vemos sinais de mudanças.
Uma coisa é certa: a mudança virá através de uma abordagem coletiva.
O desafio está lançado e cabe a todos aceitá-lo, antes que seja tarde.
A história do Coliseu pode ser brutal mas, a história do século XXI pode ser uma redenção onde aprendemos com o passado os erros cometidos e trabalharemos juntos para construir um futuro sustentável para as gerações futuras.
Oh ganância, os que vão nascer te condenam. Não vamos deixar acontecer!
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